Atacando o mundo

O Mega Drive saiu para o mundo primeiramente nos EUA, onde foi lançado no dia 14 de agosto de 1989, quase um ano depois do seu lançamento no Japão e lá teve que trocar de nome, possivelmente por conta de disputas de marca. Assim a SEGA optou por usar SEGA Genesis nos Estados Unidos.

Uma das pessoas chaves para o lançamento do Mega Drive em terras gringas foi Michael Katz, antigo presidente da Sega of America (SoA), no qual ele relata:

“Cheguei na empresa um mês após que o Genesis foi lançado. A companhia era pequena (menos de cinquenta pessoas) e por lá já haviam passado três presidentes, se eu não me engano (Gene Lipkin, Bruce Lowery) nos tempos do Master System. Dave RosenVice Presidente da SEGA (e fundador original), observava de longe o andamento da companhia. Eu me reportava diretamente com ele e com o Nakayama no Japão. A SoA era, basicamente, uma distribuidora da SoJ (Sega of Japan) nos Estados Unidos. Todo o desenvolvimento de Hardware e Software se dava no Japão. Eu, inicialmente, tinha de deixar os empregados felizes, determinando a qualidade da equipe e, assim, começar o grande embate entre SEGA vs Nintendo.”

Chegando após o lançamento americano, Katz não estava ciente do porque da mudança do nome Mega Drive para SEGA Genesis. O consenso, como dito acima, teria a ver com disputa de marca, muito possivelmente de uma empresa americana de disquetes na época conhecida como Mega Drive Systems Inc.

E caso alguém tenha interesse segue link acerca da marca da empresa.
https://www.trademarkbank.com/trademarks/74208711

Registro de logo da empresa MegaDrive Systems
Registro de logo da empresa MegaDrive Systems

Katz ainda falou um relato interessante sobre o futuro lançamento do Genesis nos EUA:

“Posso dizer a vocês que foi oferecida para a Atari o Sega Genesis (quando eu era Presidente da Divisão de Jogos da Atari) e Jack Tramiel recusou. Aquilo teria colocado a Atari de volta na disputa com um sistema de 16 bit em sua alçada. Eu fui ao encontro na Atari quando Dave Rosen (presidente na época) nos visitou (Eu e Jack) e fez a oferta. Jack achou que o acordo era muito dispendioso e ele estava mais interessado no projeto de computador da nossa própria empresa, o Atari ST.”

Quando do lançamento internacional, uma das grandes perguntas que se tinha era no caso do porquê a necessidade das travas regionais. Katz admitiu que a SoA não tinha controle algum sobre o projeto americano – e tão pouco europeu – e todas as decisões vinham, novamente, do Japão. E a resposta era simples, eles queriam impedir que os jogos fossem importados porque já havia todo um plano de lançamento para cada região. Sendo que isto não deu muito certo com o passar do tempo.

Você sabia que Tetris do Mega Drive é um dos jogos mais raros e que algum tempo atrás foi vendido por US$ 1.000.000,00?
Você sabia que Tetris do Mega Drive é um dos jogos mais raros e que algum tempo atrás foi vendido por US$ 1.000.000,00?

As importações dos jogos do Mega Drive não causaram maiores problemas nas vendas internacionais, mesmo porque os títulos japoneses tinham um grande empecilho para o público comum que eram os textos na língua nipônica. O Mega Drive foi o sistema mais bem sucedido da SEGA. De acordo com os números estima-se que o console tenha vendido entre trinta a trinta e cinco milhões de unidades, onde apenas 10% foram vendidos no Japão.

A empresa estava mirando, realmente, para vender a sua grande máquina de 16bit pelo resto do planeta e, assim, conseguir a supremacia num mercado que crescia a cada ano. SoJ requereu que a SoA e seus empregados entoassem todos os dias a palavra japonesa “HYAKUMANDAI” (em português seria as palavras um milhão), para encorajar as vendas.

Power Base Converter, addon criado para o primeiro modelo do Mega Drive rodar títulos do Master System.
Power Base Converter, addon criado para o primeiro modelo do Mega Drive rodar títulos do Master System.

Só que o braço japonesa da empresa se esquecera que havia uma Nintendo dominando o mercado americano e que a SoA teria de convencer aos revendedores de embarcar nesta jornada, sem contar um bom número de títulos para convencer as pessoas a comprarem o sistema novo.

Desta forma eles chegaram em surpreendentes quinhentas mil unidades vendidas no primeiro ano, pois para uma empresa que vinha de uma desastrosa campanha que foi o Master System, foi algo extremamente bom, de acordo com Michael Katz.

Em breve continuaremos com a terceira parte. Aguardem. Enquanto isto, chegaram a ler a primeira parte da História do Mega Drive? Confiram! E, agora, a continuação!

Fonte: The Mega Drive Book