Mais um Dia das Bruxas chegou e essa é a oportunidade perfeita para relembrar de mais um título de terror que passou pelo Mega Drive: “Splatterhouse 2“.

Mas antes de começar a falar sobre o game, uma breve história sobre a origem da série. O primeiro jogo foi lançado para arcades em 1988 pela Namco (hoje Bandai Namco), pegando carona no sucesso do estilo beat’em up, mas com um diferencial: com uma atmosfera de terror inspirada em filmes trash como “Sexta-Feira 13”, entre outros da época.

O protagonista, inclusive, é bem parecido com Jason Voorhees, usando roupas rasgadas, uma máscara sobrenatural (bem parecida com uma máscara de hockey) e armas como facões e machados. O jogo é ambientado dentro de uma mansão aterrorizante com corpos retalhados e sangue por toda a parte, mortos-vivos, monstrengos nojentos… como é de se imaginar, o game foi um sucesso absoluto.

Rick no pirmeiro game para arcades enfrentando chefe inspirado no clássico O Massacre da Serra Elétrica

A história gira em torno de um casal, Rick Taylor e Jennifer Willis, que buscam proteção de uma tempestade na West Mansion, um local conhecido como “Splatterhouse” pelos rumores de experimentos hediondos supostamente conduzidos pelo Dr. West, um renomado cientista e parapsicólogo.

Ao entrarem, Jennifer desaparece e Rick acorda em um calabouço sob a mansão usando a misteriosa máscara, que é capaz de pensar conscientemente e influenciar quem a usa. A máscara se liga a Rick, concedendo-lhe força sobre-humana, que sai em busca de Jennifer.

E como todo bom filme de terror, a história aqui não acaba bem. Rick encontra Jennifer, mas ela se transforma em um monstro e acaba morrendo pelas mãos do amado. Rick destrói a mansão e a máscara, mas então quatro anos depois, em 1992…

tela de abertura de Splatterhouse 2

DE VOLTA À MANSÃO DOS HORRORES

Splatterhouse 2” é lançado pela Namco exclusivamente no Mega Drive trazendo a mesma mecânica do jogo original e uma nova história, que acontece três meses após o final trágico do antecessor.

Atormentado pela morte de Jennifer, Rick não aceita perdê-la, sofrendo com pesadelos. A máscara sobrenatural, que foi destruída no primeiro game, reaparece para Rick, dizendo a ele que “deve retornar à casa” e que Jennifer “não precisa morrer”. Rick então volta para as ruínas de West Mansion (ela foi queimada no primeiro jogo – seus restos podem ser vistos na abertura do jogo), para encontrar a “Casa Oculta” e voltar a usar a máscara para tentar salvar Jennifer do Mundo dos Mortos.

Podemos perceber que a máscara recebeu algumas alterações no seu design, provavelmente para evitar comparações (e processos) com a máscara de hockey de Jason. Na versão japonesa a máscara possui apenas olhos e alguns detalhes discretos, já na versão americana ela possui mais o formato e aparência de um crânio.

conseguirá Rick desta vez salvar Jennifer das profundezas do inferno?

SANGUE EM TODA PARTE

Em termos de gameplay, “Splatterhouse 2” é muito parecido com o original, ou seja, distribuir bordoadas em vários tipos de monstros e criaturas grotescas. Você controla Rick em cenários lineares, em sua maioria da esquerda para direita, como nos clássicos beat’em up.

É possível atacar com socos, chutes, voadoras, rasteiras e usar algumas armas jogadas pelo cenário, como porretes, serra-elétrica, facas, etc (são nove armas no total). Infelizmente o game não oferece uma grande variedade de ataques, a Namco poderia ter adicionado alguns golpes novos ou diferentes dos da primeira versão, e sua movimentação é bem lenta, o que as vezes incomoda.

Mas certamente o grande destaque do game são os seus gráficos e visuais macabros, realmente assustadores, com tonalidades escuras dominando cada estágio. O jogo se apresenta muita bem na tela, com sprites grandes e detalhados, e ainda conta alguns efeitos bacanas, como os rostos fantasmagóricos que aparecem na segunda fase, o sangue que escorre na tela na fase 3 depois que o chefe explode (um efeito fabuloso para os padrões de 1992).

tela fica manchada de sangue quando chefão explode

Além disso, temos também bons efeitos parallax, com nuvens se mexendo em diferentes ordens, nevoeiros e partes do cenário na frente da tela, criando bons efeitos visuais. Rick está bem definido na tela, vestindo os seus trapos e mostrando seus músculos. Os inimigos também estão bacanas, destaque para os chefes de fase que possuem design criativo e possuem mortes bem sangrentas, como estômagos, cabeças e olhos explodindo.

São no total oito estágios, que variam entre pântanos, florestas, esgoto, o interior da mansão e até uma viagem para outra dimensão, em busca de Jennifer. Alguns estágios oferecem caminhos diferentes escondidos, então cair em um buraco nem sempre significa a morte. Ao invés disso você pode se encontrar em um calabouço com novos inimigos.

Para completar o “show de horrores” temos uma trilha sonora que acompanha o clima de terror, com muita qualidade e estilo. As músicas são bem executadas e combinam perfeitamente com o estilo tétrico do jogo. Temos alguns efeitos sonoros, como gritos e grunhidos dos monstros, que dão um toque a mais para o game em geral.

SEQUÊNCIAS

Como você já deve ter visto aqui no Blog Tectoy, o Mega Drive ainda ganhou mais um game exclusivo da sangrenta franquia e assim “Splatterhouse 3” chegou ao sistema em 1993, elevando ainda mais o nível de qualidade e violência.

Apesar do sucesso do título, a série ficou esquecida por um tempo e foi somente em 2010 que a Namco resolveu ressuscitá-la na forma de um reboot para os sistemas PlayStation 3 e Xbox 360.

Porém a recepção ao game foi bem morna, o que causou um novo hiato que dura até hoje. Quem sabe algum dia a série retorna do limbo do inferno novamente?

E aproveitando o clima de Dia das Bruxas (ou Halloween, se preferir), não esqueça de dar uma olhada em nossa lista de 10 jogos com tema de terror do Mega Drive, perfeitos para se jogar no dia 31 de outubro!

TRASH CLÁSSICO

Splatterhouse 2” é um circo de horrores, com clima de filme de 5ª categoria. E é exatamente por esses motivos que a trilogia alcançou grande fama nos anos 90. Com certeza um dos jogos mais bizarros que já surgiu e virou cult na comunidade de gamers. Visuais macabros, sangue e violência por toda parte, monstros de todos os tipos e formas, e apesar da pouca variedade de golpes, é um título extremamente divertido que vale a pena ser jogado, especialmente neste Dia das Bruxas. E lembre-se, apesar de ser apenas um jogo, fica o aviso para o nível de violência extrema para crianças ou pessoas mais sensíveis.

MEGA DRIVE TECTOY

Mantendo o icônico design original, o Mega Drive foi relançado pela Tectoy em 2017 com 22 jogos na memória (expansível até 594 jogos), trazendo a oportunidade de antigos e novos fãs matarem as saudades de clássicos como Sonic The Hedgehog, Golden Axe, Streets of Rage, Shinobi, entre outros. Acesse o link para mais informações do produto!