A Brasil Game Show 2018 pode  ter acabado, mas isso não exclui o fato de termos encontrado diversos jogos interessantes para compartilhar. Um dos lugares que mais chamou a nossa atenção foi a Avenida Indie, que como o nome sugere, era um espaço inteiramente dedicado  aos desenvolvedores independentes.

Um dos que mais chamou a nossa atenção foi Lenin The Lion, jogo desenvolvido no RPG Maker MV que conta a história de um leão albino que sofre com depressão. Conversando com a equipe presente no estande, eles explicaram que suas principais inspirações são os jogos da Telltale, o Mother 3 (GameBoy Advance) e o Undertale.

Por essa razão, as ações do jogador mudarão o destino do personagem, podendo levar até a cinco finais diferentes e também não há batalhas em turnos, valorizando mais os enigmas. O desenvolvimento é feito por uma única pessoa: João Bueno e já é possível baixar uma versão demonstrativa do game.

Andando mais um pouco encontramos o game Conflict 0: Revolution, um RPG Tático no melhor estilo Shining Force. Esse já conta a história de uma guerra civil que ocorre em Navaha e os personagens podem pilotar robôs que estão pelo cenário para enfrentar inimigos.

Já no ramo dos jogos de luta tinha o Trajes Fatais, desenvolvido pela Onanim Studio com o objetivo de remeter aos jogos da SNK e Marvel vs Capcom. Com estilo bem conhecido pelo público, ele é um jogo em 2D com sprites remetente aos anos noventa.

Outro game brasileiro é o Gravity Heroes, desenvolvido pela Studica Solution de São Paulo.  São quatro personagens jogáveis e o objetivo é manipular a gravidade para se mover pelo cenário e derrotar inimigos. Também há um modo co-operativo.

Chama a atenção o visual do game, com estilo pixel art e cores bem distribuídas que remetem aos jogos retrôs, mas sem deixar de ter um estilo moderno. Além disso, as animações também são muito bonitas. O lançamento deve vir apenas na segunda metade de 2019 para PCs, mas o estúdio quer distribuí-lo também nos consoles.

Saindo dos games brasileiros, nos deparamos com dois projetos de terror do estúdio polonês Bloober Team: Layers of Fear e Observer. Ambos são em primeira pessoa e o foco dos dois é o terror psicológico, não procurando cenas de violência para o estilo.A ideia é colocar medo e dar sustos com os tradicionais “jump scares”.

A principal diferença entre os dois é que Layers of Fear possui cenários mais artísticos, já que conta a história de um pintor, e tem grande foco na narrativa, enquanto o Observer se passa em um futuro cyberpunk com cenários bem sombrios.

Jogamos “O Rei do Cangaço”

Ao longo da Avenida Indie , um dos que mais chamou a nossa atenção foi o projeto da Ignite Studios, estúdio originário de Bauru, no interior paulista, mas que atualmente conta com um escritório em Curitiba. Chamado de O Rei do Cangaço, ele é feito inteiramente para dispositivos de Realidade Virtual, e ao longo de um bate papo com o diretor comercial, Maiconn Barbosa, foi esclarecido  que o jogo em si foi feito para explorar ao máximo da tecnologia VR, misturando com uma temática bem brasileira, que são os cangaceiros.

“Meu avô, que era nordestino, também foi uma inspiração, ele era volante na época do Cangaço e depois ele se mudou para o interior de São Paulo. De tanto ouvir suas histórias, veio a inspiração para desenvolver ‘ O Rei do Cangaço’ ” – diz Maicon, que também afirma que o jogo finalizado terá um personagem que vai homenagear seu avô.

Para a demonstração da BGS, a equipe trabalhou durante cinco meses, 14 horas por dia, todos os dias da semana para estarem certos de que o game seria 100% jogável. Nós do Blog Tectoy tivemos a oportunidade de experimentar a demonstração e vimos um produto com qualidade sólida, livre de bugs e com jogabilidade divertida, mesmo durando alguns poucos minutos, deu pra entender o “conceito” do que está por vir.

Segundo Barbosa, a versão final vai contar com diversos cenários, batalhas contra chefes, elementos de RPG como avanço de nível, várias armas e o projeto está sendo trabalhado com “todo o cuidado” para que a representação dos cangaceiros seja a mais fiel o possível a realidade, baseando-se em dados históricos.

Quanto a história, O Rei do Cangaço conta sobre um protagonista que morre, a esposa também, e no julgamento no mundo espiritual ele descobre que passará a eternidade sem sua amada. A única forma de mudar esse destino é cumprir uma missão designada a ele.

“Desenvolver jogos em VR é mais desafiador. É necessário um hardware mais ‘parrudo’, além de que a tecnologia é pouco acessível ao público brasileiro, sendo um alto investimento tanto para os desenvolvedores quanto para aqueles que consomem o produto”.

Barbosa finaliza dizendo que o título está sendo desenvolvido na Unreal Engine e que, até o momento, será lançado para o PlayStation VR.

Rodolfo desenvolve Try Die Repeat sozinho.

Outro projeto interessante foi o Try Die Repeat, feito inteiramente pelo desenvolver Rodolfo Valezin, exceto as artes. Sendo um típico jogo de plataforma em pixel art, ele surgiu de uma competição em 2015 onde as pessoas precisavam desenvolver um game em até sete dias com o tema “morte”. Nesta época,  o projeto “explodiu” organicamente, diversos YouTubers estrangeiros começaram a jogar e o game chamou a atenção do cenário independente do mundo inteiro.

Quanto a jogabilidade, cada vez que o personagem morre, seu corpo fica estirado no chão e ele funciona como uma plataforma para que você avance pela fase novamente. Questionado sobre quanto tempo ele demorou para fazer a edição que vimos na Brasil Game Show, Valezin explica que ele trabalhou em “full time” durante os últimos três meses, e que o objetivo é que o jogo lance em março de 2019 para Steam e mobile e um pouco depois para o Switch.

Esse foi nosso passeio pela Avenida Indie, mas a BGS não acaba por aqui! Em breve, nós do Blog Tectoy traremos outras matérias contando mais detalhes sobre o evento.