Saudações leitores do blog da Tectoy, continuando com a nossa “semana-aranha“, onde já tivemos por aqui os games “Spider-Man vs The Kingpin“, “Maximum Carnage” e “Separation Anxiety“, hoje trazemos outro título desenvolvido pela Sega do cultuado herói aracnídeo da Marvel, mas desta vez para os fliperamas!

Lançado em 1991, o jogo utiliza a famosa placa System 32 criada pela empresa e que serviu de base para inúmeros títulos (como Golden Axe: The Revenge of Death Adder e Rad Mobile), entre eles o fliper do cabeça-de-teia batizado simplesmente de “Spider-Man: The Videogame“.

O jogo certamente chamava a atenção nas casas de flipers (na época haviam várias) pelos seus belos gráficos e os personagens grandões na tela, que infelizmente não recebeu uma versão caseira em nenhum dos consoles da Sega.

o gabinete original do jogo

Diversão para 4 pessoas!

Seguindo o clássico gênero beat’em up, misturado com alguns elementos de jogos de plataforma 2D, esta aventura podia ser degustada por até quatro jogadores simultâneos, com os seguintes personagens: o espetacular Homem-Aranha, a bela Gata Negra, o Príncipe Submarino Namor e o Gavião Arqueiro.

Quem acompanha o universo do nosso amigo escalador de paredes já sabe que a Gata Negra foi muito bem inserida em um game que leva o nome do herói, coisa que não pode ser dita pelos outros dois personagens.

escolha o herói e se prepare para quebrar os marginais!

Namor é mais frequentemente associado ao Quarteto Fantástico, enquanto o Gavião Arqueiro aos Vingadores. Outras opções que a Sega poderia ter escolhido são o Demolidor, o Tocha Humana, Silver Sable, Justiceiro ou até mesmo o Wolverine, que contam com uma participação maior no universo do teioso. Mas claro, esse é apenas um detalhe que vai incomodar apenas fãs mais exigentes.

Infelizmente, o jogo possui uma jogabilidade limitada e todos os quatros personagens são bem parecidos e possuem os mesmos golpes. Afinal, são apenas dois botões: um de pulo e outro para porrada.

jogo no modo beat’em up, destaque para o design dos personagens

Ao apertar os dois juntos é possível usar uma habilidade especial característica do herói selecionado, que obviamente consome energia e são ideais para ataques à distância: o Aranha dispara teias, a Gata usa uma corda com arpão, o Gavião atira flechas e Namor solta raios pelas mãos.

É possível ainda dar uma voadora e uma “balançada” (com o Aranha e a Gata – os outros dois dão um tipo de voadora mais longa) e atravessar a tela, comando esse que nem sempre funciona.

no modo plataforma os cenários ganham destaque

Show de vilões!

No entanto, se a galeria de heróis não foi bem escolhida, o mesmo não acontece com a seleção dos super-vilões presentes no jogo, com a presença de vários inimigos clássicos do teioso, como o Lagarto, Electro, Escorpião, Duende Verde, Duende Macabro, Homem-Areia, Dr Octopus, Venom, o Rei do Crime e como vilão final, Doutor Destino (está meio perdido aí no grupo, mas tudo bem).

Os mais chatos e difíceis são o Duende Verde e o Doutor Destino – que como bom chefão final apelão que se preze, aparece umas três vezes e quando você o derrota eis que aparece logo em seguida, mais uma luta contra três Venoms – e só o verdadeiro perde energia quando leva porrada… pense numa batalha difícil…

o jogo conta com uma galeria de vilões clássicos do Aranha!

A narrativa, apesar de original para o jogo, não é lá muito criativa: o Doutor Destino por meio dos outros vilões menores deseja se apoderar de uma tabuleta com poderes mágicos, para aumentar os seus poderes e assim conquistar o mundo. O Aranha e os outros heróis devem impedir que isso aconteça, passando por quatro estágios (subdivididos em duas ou três partes) com uma boa variedade de cenários como ruas, becos, prédios, dirigíveis, montanhas, parques e a fase final do castelo do Dr Destino na Latvéria.

Como já dito, além de ser um jogo de pancadaria ao estilo de “Maximum Carnage” e “Separation Anxiety“, temos também cenários ao estilo plataforma 2D. Um zoom afasta a tela deixando o personagem menor, com um visual lateral e movimentação apenas para a direita ou esquerda.

A ação nestas fases se altera, e o foco fica nos ataques à distância, e não mais na pancadaria corpo-a-corpo, ou ainda no subir e descer de plataformas em fases verticais, com designs bem legais.

Venom mais mortal do que nunca

Os gráficos são um espetáculo à parte, super detalhados, coloridos e fiéis aos quadrinhos, inclusive com onomatopeias – os famosos balões com palavras de sons e ruídos, além de frases dos heróis.

O capricho pode ser notado tanto nas partes de pancadaria, com os personagens grandes e mais detalhados, quanto como nas laterais, com zoom mais distante e maior enfoque nos cenários.

O jogo é bem difícil e tem vários momentos “papa fichas“, especialmente na luta contra os chefões, que geralmente vêm acompanhados por um bando de capangas que adoram deixar as coisas ainda mais penosas. Outra coisa que incomoda é que os personagens se movem muito lentamente e não há opção para se correr na tela, porém jogar com outros amigos é extremamente divertido e recomendado.

entre as fases há algumas animações para contar a história bem ao estilo das HQs

Para dificultar ainda mais, a energia dos heróis é contada por pontos, e não por uma tradicional barra de energia, e essa numeração vai diminuindo com o tempo, mesmo sem receber danos dos inimigos. Tudo para fazer o jogador comprar mais fichas se quisesse continuar a aventura.

Apesar desses notáveis momentos injustos, “Spider-Man: The Video Game” foi um jogo de excepcional qualidade desenvolvido pela Sega em plena época do auge dos beat’em up, apresentando belíssimos gráficos  com elementos de plataforma laterais e verticais, que agradou em cheio aos fãs que tiveram o prazer de jogá-lo nos gloriosos anos de ouro dos fliperamas no Brasil! Bem que a Sega poderia relançá-lo para os videogames ou smartphones atuais.