Earthworm Jim foi lançado em 1994 para o Mega Drive e mistura os gêneros plataforma e Run and Gun. Desenvolvido pela Shiny Entertainment, você controla o protagonista “Jim”, que veste uma roupa robótica e batalha contra as forças do mal.

PAIXÃO NÃO CORRESPONDIDA

Earthworm Jim

A história conta que Jim é uma minhoca como qualquer outra, até que um pelo dia ele ganha um “Super Suit” que caiu dos céus e, desse modo, ele começa a ter um corpo de ser humano com habilidades extraordinárias.

Após o evento, os antagonistas do game querem pegar o Super Suit de volta, já que isso pertence aos vilões. Além disso, a minhoca precisa resgatar a princesa “qual-seu-nome”, por quem é apaixonado.

O que ele não sabe é que ela em si não gosta dele, mas sim de uma vaca que aparece no início do game.

INSPIRADO EM SONIC

Na época, a chinesa Playmates Toys licenciava produtos baseados nas Tartarugas Ninjas e inspirado  nesse sucesso, eles decidiram iniciar uma franquia própria. Com a popularidade dos videogames 16 bits, especialmente de jogos como o Sonic the Hedgehog, a produtora de brinquedos decidiu que iria iniciar uma franquia inédita com jogos de videogame, algo bem atípico na época.

Entrando em contato com o desenhista Douglas TenNapel, este fez um rabisco bem simplório de uma minhoca que seria o protagonista de um novo game e entregou para os novatos da Shiny Entertainment. Vendo potencial no personagem, o programador David Perry comprou os direitos de TenNapel e, desde então, passou a ter soberania sobre o Earthworm Jim. Logo em seguida, se iniciou o desenvolvimento do game.

TenNapel ficou envolvido dando ideias, sendo a voz do próprio Earthworm Jim e fazendo o game design. Já Perry, junto com outros programadores, criaram os outros personagens e as mecânicas.

A ideia era fazer um jogo “maluco”, com personagens bem diferentes e sendo uma paródia aos jogos de plataforma da época.

CRIATIVO, DIFERENTE E BOM EM TUDO!

O primeiro ponto que chama a atenção são os gráficos excelentes em todos os pontos: os visuais são detalhados, há muitos quadros de animação, excelentes efeitos de luz e sombra e tudo funciona perfeitamente.

Isso se deve aos sprites feitos a mão, dando um estilo bem característico ao game e muita personalidade ao título, com direito a algumas mortes de inimigos e animações bem engraçadas. Fora os efeitos de distorções como na fase da água ou trovões ao fundo na reta final. Sem dúvidas, os visuais merecem nota 10.

A jogabilidade também é de alto nível, com ritmo frenético no melhor estilo Run and Gun com elementos de plataforma. Fora a criatividade dos cenários tanto nas temáticas quanto no level design, não se resumindo a andar da esquerda pra direita superando desafios. Aqui você pula, vai pro alto, para baixo, usa diversas gimmicks etc.

Por falar em criatividade, os chefes são, sem exceção, todos muito imaginativos e “malucos”, necessitando de estratégias individuais para derrotá-los, não se resumindo a apenas “atirar um número X de vezes” em um cenário de batalha genérico.

Outro ponto é que o nível de dificuldade sempre parece justo, não subestimando a inteligência do jogador, entrando no nível “médio-difícil”. As fases finais, como é de esperar, são mais “pedreiras” quando comparada as iniciais e muitos jogadores que tiveram esse game na infância provavelmente o lembram por não terem conseguido zerá-lo, mas nada que um pouco de treino não resolva.

Some isso a refinamento quanto a bugs e temos um dos jogos mais bem polidos, sólidos e divertidos do Mega Drive.

A trilha sonora é outro  destaque, com músicas bem ambientadas, memoráveis e combinando com o estilo bem humorado de Earthworm Jim. O ritmo é algo bem “anos noventa”, com toda a cara das músicas dessa época. Curiosamente, o compositor é ninguém menos que o Tommy Tallarico, famoso atualmente por liderar o videogames live.

Vale mencionar que o game recebeu uma versão “turbinada” para o Sega CD, contando com trilha sonora repaginada e uma fase inédita.

…NA TRAVE DA PERFEIÇÃO!

O principal defeito de Earthworm Jim é a ausência de um sistema para salvar ou os passwords, que eram comuns nos jogos da época. Você precisa liquidá-lo em uma “tacada só” e os games desse período já contavam, em sua maioria, com algum sistema para continuar de onde parou. Definitivamente, é um ponto que ficou devendo.

Outro ponto é que lá pela metade do jogo há uma fase do “submarino” que na opinião de muitos jogadores, é a parte “chata” do game. Provável que o objetivo era variar ao máximo o gameplay, mas não dá para acertar em todas.

Mas quer saber de uma coisa? Nem se preocupa! Pode pegar o Earthworm Jim sem medo de ser feliz que encontrará um dos melhores jogos de plataforma do Mega Drive. Ele é visivelmente esforçado, criativo, diferente e o principal: é muito divertido! Sem dúvidas, mais um clássico do Mega!

Earthworm Jim foi lançado pela Tectoy