Com o sucesso do primeiro jogo de Ecco the Dolphin, nada mais justo que o pessoal da Novotrade International fazer uma continuação. Em relação ao primeiro já tivemos um review aqui, mas será que Ecco The Dolphin: Tides of Time mantém a mesma qualidade e carisma de seu antecessor?

Vale mencionar que a ideia original era ser uma trilogia ainda dentro do Mega Drive, no entanto a ideia foi descartada e a Novotrade lançou o spinoff Ecco Jr, que conta com uma versão “mais nova” do golfinho favorito de todos..

COMEÇANDO DE ONDE FECHOU O PRIMEIRO!

Ecco

Após retornar a uma vida pacífica depois dos eventos do primeiro jogo, o golfinho Ecco resolve explorar uma caverna subterrânea e, de repente, um terremoto começa e causa uma avalanche.

Logo em seguida, ele descobre que os poderes da Asterite que ele conquistou ao longo da aventura anterior não estão mais com ele, então ele vai precisar voltar imediatamente para a superfície para buscar ar. Após ocorrido, alguns golfinhos explicam a ele que alguém assassinou o Asterite e este ser pode vir a destruir toda a vida do oceano.

Logo em seguida, Ecco encontra uma golfinha chamada Trellia, que diz que veio de um futuro distante e que precisa levá-lo até lá para encontrar um “antigo amigo”. Daí em diante… só jogando o game!

MELHORANDO O QUE JÁ ERA BOM!

O game tem a jogabilidade virtualmente idêntica a do primeiro, porém com um nível de dificuldade muito mais acessível quando comparado ao anterior. Dessa vez há checkpoints para quando você morrer, retornar daquele ponto.

O Ecco pode atacar inimigos ao dar uma “turbo” rapidamente, usar a sua habilidade “sonar” para entrar em contato com outras vidas marinhas e interagir com certos tipos de objetos. A diferença é que dessa vez o Ecco tem uma nova transformação também.

Chama a atenção que o game tem dois modos: normal e difícil, sendo que este último não se resume a colocar inimigos mais resistentes, mas muda o level design das fases e há até mesmo sessões inéditas inteiramente dedicadas a este modo. Isso aumenta o fator replay e você praticamente terá de zerar o game duas vezes para extrair todo seu potencial. Ponto para a Novotrade!

Visualmente falando há também minigames em perspectiva 3D, usando uma técnica semelhante a utilizada nos Special Stages do Sonic 2. Basicamente, o Ecco se move para frente sozinho e você deve controlá-lo para pegais anéis. Já no jogo tradicional, ele mantém o estilo gráfico do primeiro, porém com sprites que parecem mais tridimensionais, causando um efeito imersivo e muito bonito ao game considerando os padrões do Mega Drive.

Fora isso, os cenários são ricos em detalhes, há efeitos de distorção das águas e cores bem distribuídas e, somando tudo isso, torna-o um dos games mais belos artisticamente do console.

A trilha sonora mantém o padrão do primeiro, com todo aquele estilo “relaxante” de vida aquática e música calma.  Vale dizer que também lançaram o mesmo game para o Sega CD com uma trilha sonora alternativa, sendo esta composta pelo Spencer Nilsen, o mesmo que desenvolveu as músicas do Sonic CD. Esta trilha é considerada uma das mais lindas do console, além de contar também com algumas cenas em vídeo FMV, enriquecendo ainda mais a experiência.

Fora isso, o game é relativamente longo para os padrões do console, levando a ter três-quatro horas, enquanto um jogador experiente pode zerá-lo em duas.

VAI-VOLTA, VAI-VOLTA

Não há muitos defeitos relevantes a serem considerados no Ecco The Dolphin: Tides of Time, sendo talvez o principal defeito a batalha final. O jogo possui um nível de desafio moderado para difícil, enigmas bem planejados e tudo mais e, ao chegar no último boss, você consegue derrotá-lo com certa facilidade. Passa aquele sentimento de “já acabou?!”

Além disso, a história, mesmo sendo bem interessante, chega uma hora que fica um pouco cansativo ver tantas viagens no tempo. Vai pro futuro, volta pro presente, depois repete o ciclo. Parece que faltou um pouco de inspiração na hora de escrever o roteiro. De quebra, o final é meio inconclusivo, indicando que haveria uma continuação que infelizmente não houve.

Por fim, também tem uma fase no “céu” onde o Ecco nada sozinho e você deve controlar para ele não cair que pode dar bastante “dor de cabeça”, sendo um dos momentos mais difíceis e, talvez, frustrantes do game. É necessária diversas tentativas e erros até conseguir masterizar esta parte.

No fim das contas pode pegar o Ecco the Dolphin : Tides of Time se quiser uma experiência diferente. Bom em todos os pontos, ele é uma sequência a altura do primeiro, e é um dos títulos mais originais e carismáticos do console.

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Ecco the Tides of Time Capa