Então pessoal, vocês estão curtindo as nossas entrevistas com a galera fã da Sega e da Tectoy? Hoje batemos um papo com o Ivan Odintsoff, que trabalha “oficialmente” como analista de sistemas, mas que nas horas vagas é um desenvolvedor de games. E um desses títulos é “Tropical Rampage“, um jogo que segue o estilo clássico de “navinha“, um dos gêneros em que nosso querido Megão é mais conhecido!

Confira nossa entrevista e saiba mais desse projeto abaixo:

Conte para nós sobre o projeto Tropical Rampage.

Bem, é um projeto que já estou tocando tem alguns anos. Eu estou fazendo no estilo shooter como “Tiger Heli” e semelhantes. Já faz uns anos que ando estudando um SDK de desenvolvimento para Mega Drive, e com meu tempo vago vou fazendo ele. Até as artes da caixa já tenho prontas, foram feitas pela minha amiga Marcella Santos.

E de onde saiu essa ideia de fazer um jogo para o Mega Drive?

Começou como um jogo de PC, eu estava fazendo minha própria API de jogos pra PC e comecei fazendo um do tipo Gyrodine para NES. Então depois resolvi fazer alguns assets (imagens, sons, música…) próprios.

Não sou muito bom com arte mas consegui fazer alguns tiles e o helicóptero em 3D que usei pra pré-renderizar e fazer os sprites. Depois achei um SDK de jogos de Mega Drive, e usei os assets  pra começar a estudar ele.

Fiquei um tempo apanhando do SDK, aí o jogo voltou de novo para o PC. E depois de eu conseguir mais tempo pra estudar, voltou a ser feito pra Mega Drive. Na verdade, eu estava confuso pois estava com medo de aprender a programar para o Mega e no fim nada ser utilizado.

E como sempre joguei Mega Drive desde moleque (tenho o meu modelo japonês desde criança aqui na minha sala funcionando), sempre quis fazer um jogo pra ele. Assim acabei levando adiante a ideia.

E agora com essa do Mega voltando e a onda saudosista, pareceu uma oportunidade legal para divertir outras pessoas.

Quais as dificuldades que você encontrou no processo?

Ah, sem dúvida é o fato de fazer tudo sozinho. Eu demoro a criar os assets mas acabo criando tudo eu mesmo. Como queria ter algo original, não gosto de “roubar” assets prontos ou de outros jogos. A programação  (em C) também no começo foi meio chato pra começar a entender (sair de uma linguagem com orientação a objeto pra C foi meio complicado haha).

E o que você pensa sobre outras iniciativas independentes tipo Pier Solar?

Além de ser inspirador, acho que tem seu mercado. É um nicho talvez pequeno comparado aos jogos AAA de hoje, mas tem seu público. É sempre legal ver jogos novos para consoles antigos. Lembro de quando a Hasbro liberou o Atari Jaguar como plataforma aberta para programadores independentes. Os outros consoles podiam fazer o mesmo, dá uma sobrevida. Fora que podemos hoje utilizar recursos que antigamente não existiam e maior capacidade nos cartuchos

Como você começou no mundo dos games?

Sempre gostei muito de jogos. Comecei bem cedo com 3 anos mesmo no Atari 2600. Alguns anos mais tarde meu pai me trouxe o NES e o Game Boy. Já nessa época sonhava em fazer jogos! Depois o primeiro videogame que realmente sonhava ter era o Mega Drive. Tive e foi o melhor até hoje! Fiquei com ele por um bom tempo e só depois tive o Dreamcast direto. Hoje em dia guardo todos os consoles e tenho aqueles que não tive na época, tenho uma certa coleção de consoles.

O que você achou da iniciativa da Tectoy de voltar com o Mega Drive?

Eu pessoalmente adorei! Achei uma jogada muito válida e louvável, apesar de tanta gente “reclamando”.  Legal ter um hardware novo e original para um console com quase 30 anos. A ausência de suporte a certos acessórios é totalmente compreensível.

O Blog Tectoy gostaria de agradecer o Ivan pela entrevista e quem quiser acompanhar ou conhecer seus outros trabalhos em sua página no Facebook ou pelo site oficial.