Dispensando apresentações, o primeiro Mortal Kombat ficou famoso em seus primórdios por utilizar atores digitalizados para representar os personagens que, somado ao alto nível de violência, acabou gerando polêmica.

Isso porque, na época, videogame era considerado pelos adultos uma espécie de brinquedo focado nas crianças e não uma mídia interativa como é vista hoje em dia. Por isso, um jogo onde saía sangue, “cabeça explodindo” e personagens sendo decepados era algo que muita gente acabava “torcendo o nariz”.

Este game, aliado ao também polêmico Night Trap lançado para o SEGA CD, levaram a criação do órgão classificador ESBR, que indicava qual faixa etária era adequada para tal jogo. Era o “primeiro passo” para que os games deixassem de ser apenas “coisa de criança”.

UM POUCO DE HISTÓRIA

O jogo original, produzido pela Midway ,teve seu desenvolvimento iniciado em 1991 com apenas quatro pessoas: Ed Boon na programação, John Tobias na arte e história, John Vogel nos gráficos e Dan Forden no som. A ideia era fazer um game de luta baseado no filme Universal Soldier de Jean-Claude Van Damme,  com direito a uma versão digitalizada do ator.

O objetivo era deixar os visuais e a ambientação mais séria e “dark” comparada aos jogos contemporâneos, como o Street Fighter II. Como eles não conseguiram a licença, o game passou a ser original, e ter forte inspiração na mitologia chinesa e também em filmes asiáticos de Kung Fu.

AS VERSÕES DE MORTAL KOMBAT

Mortal Kombat foi lançado originalmente para Arcades e depois convertido para os principais consoles da época, incluindo o Mega Drive, Sega CD, Master System e Super Nintendo.

A versão para os consoles da SEGA, em especial o Mega Drive, foi melhor recebida porque, mesmo tendo uma significativa redução gráfica e sonora, mantinha o conteúdo violento originário dos fliperamas.

Já a de Super Nintendo, mesmo tecnicamente superior, teve o sangue substituído por “suor”, os fatalities ficaram bem mais “family friendly” e o jogo como um todo passou a ter um apelo mais infantil, algo que despertou “a fúria” dos fãs da versão de Arcade . Além disso, recentemente um dos principais responsáveis pelo game, Ed Boon, disse no Twitter que a versão do Mega Drive tinha jogabilidade melhor.

A do SEGA CD chegou um pouco depois e já contava com a classificação indicativa, recebendo críticas pelas telas de carregamento e visuais idênticos aos do Mega, se destacando apenas pela música igual a da versão de Arcade. Já a do Master tem gráficos inferiores e não conta com o Kano jogável.

CLÁSSICO DOS JOGOS DE LUTA

Como dito anteriormente, este game dispensa apresentações.  Apesar de ter bastante o “peso da idade”, além de que o Mortal Kombat II é uma experiência inquestionavelmente superior, o primeiro Mortal Kombat para o Mega Drive conta com controles fluidos, bons visuais, trilha sonora marcante e sete personagens jogáveis que se tornaram lendários dentro da série.

Um ótimo jogo para passar a tarde, além de ser a oportunidade de conhecer a origem de uma das principais séries de luta até hoje. Definitivamente, um clássico!