Lançado em 1991 para o Mega Drive, “Road Rash” é mais um daqueles jogos que davam ao 16bits da Sega aquele ar de “bad boy” e de “cool“, quando comparados aos concorrentes da época – ele também está em nossa lista de Top 5 Jogos de Corrida Imperdíveis do Mega Drive.

O conceito era simples: um jogo de corridas ilegais de motos. No entanto, a questão primordial de “Road Rash” não é simplesmente o conceito, mas sim o quão boa e perfeita foi a execução visando o entretenimento eletrônico.

O jogo permite que você selecione cinco localidades distintas para um racha com motos esportivas à toda velocidade. Como se tratam de corridas ilegais elas não se passam em circuitos fechados, mas sim nas ruas e estradas comuns, possuindo todo tipo de perigos que esse tipo de modalidade pode proporcionar.

Cada corrida possui 15 corredores e todo o tipo de obstáculo que se possa imaginar. Placas de sinalização, poças de óleo, árvores, postes, pedras, animais na pista, trânsito, entre outros. Além disso a própria geografia das pistas pode ser um obstáculo. Em muitos momentos não é possível enxergar a contento à frente devido a mudanças de altitude das estradas, o que aumenta ainda mais a tensão ao longo da corrida.

Apesar de todos os obstáculos acima informados, os dois piores são a polícia e os próprios corredores rivais.

Ao longo de uma corrida certamente um policial aparecerá e nesses momentos a tensão aumenta a seu limite. Caso o oficial da lei, devidamente equipado com sua potente Harley Davidson, consiga lhe derrubar de sua bike, é prisão na hora. Caso você caia do veículo e o policial esteja próximo, também é prisão na certa. Caso seja preso, será necessário pagar o valor da fiança para sair da cadeia e continuar no jogo e se não tiver o valor devido, é Game Over.

Como se tratam de corridas ilegais, vale tudo. Assim sendo, não é necessário ser somente um corredor, mas também um guerreiro. Seus rivais ao longo das corridas irão tentar lhe tirar da pista com tudo o que lhes for possível. Além de socos e chutes os competidores podem usar correntes, nunchakus, pés de cabras, entre outros, para lhe acertar.

Não se preocupe, pois tudo o que os rivais podem fazer para lhe acertar você também pode fazer/usar. Isso foi umas das maiores inovações e uma das maiores vedetes do jogo na época do lançamento de “Road Rash”.

Ao longo da corrida existem barras indicativas da resistência do jogador, de cada um dos corredores adversários e de sua moto. Para derrubar um adversário é necessário zerar a resistência do mesmo (as as vezes um soco bem colocado derruba o rival de primeira!), assim como se sua resistência acabar o chão é o destino. Caso a resistência da moto esvazie totalmente, a corrida acaba e é necessário pagar pelo conserto da mesma para continuar a jogatina. Caso não possa pagar pelo conserto, é Game Over.

Antes de cada corrida sempre há dicas ou mesmo insultos de um dos oponentes, junto a foto do mesmo. Todos os competidores têm nomes, o que dá a cada um deles uma personalidade única, mesmo que não haja desenvolvimento de personagens e afins, isso dá um certo peso a cada um deles. A Natasha, por exemplo, é mais amigável e sempre oferece dicas valiosas. Já o Viper é um cara mais agressivo, que geralmente leva um porrete para derrubar os adversários.

O visual de “Road Rash” é muito bom, com boa variação de localidades para as corridas (como campos verdes, montanhas, desertos, cidade, etc), boa utilização da paleta de cores, boas animações para os personagens e boa sensação de velocidade.

Destaque para o painel da moto, que ocupa boa parte da área inferior da tela de jogo, que contém além das informações dos oponentes, do jogador e da moto, dois retrovisores completamente funcionais.

Como já informado, o game possui cinco localidades diferentes para as corridas. A cada vez que você ganhe as cinco corridas há o aumento de categoria. Com esse aumento as corridas passam a ter maior quilometragem, os oponentes se tornam mais rápidos e agressivos e a paleta de cores dos mesmos se altera.

Para conseguir acompanhar os aumentos de categorias é possível comprar novas motos com o dinheiro ganho ao longo das competições. As novas motos são mais rápidas, mas são mais difíceis de controlar e menos resistentes a batidas e quedas. É necessário evoluir enquanto jogador para prosseguir em “Road Rash” ou para controlar a cobiçada Diablo.

Ao longo das competições não há sons de motores das motos e afins, o que certamente foi uma decisão acertada da EA. Os efeitos sonoros se resumem ao som das porradas, derrapadas e afins. Nesse sentido o que domina é a trilha sonora que felizmente é arrebatadora – confira o tema de abertura abaixo:

Não há uma música sequer em “Road Rash” que não seja ótima. De menus às corridas, a trilha sonora desse jogo arrebenta, possuindo inclusive algumas melodias licenciadas.

O sistema de save, assim como o usual em games de mesmo período, se dá por intermédio de passwords. O bom e velho papel e caneta atuando em pról do gamer.

O multiplayer existe em forma de tela dividida para dois jogadores. Divertido, funcional e nostálgico.

Road Rash” é mais uma das experiências gamer que somente o Mega Drive poderia proporcionar, não havendo nenhum outro jogo que se aproximasse da abordagem e gameplay aqui oferecidos em outro console no período em questão – apesar de o mesmo receber excelentes versões no Game Gear, Master System e até no Sega CD (quatro anos depois). Absolutamente obrigatório!