Lançado em 1981 para o Atari 2600, “Yars’ Revenge” (A Vingança dos Yars, em tradução livre) foi um jogo bastante popular para o sistema na época, que apesar da sua simplicidade, era muito divertido e viciante.

A história do seu desenvolvimento é bem interessante, que começou como uma adaptação caseira do arcade chamado “Star Castle“, da empresa Cinematronics e lançado em 1980. No fliperama, o jogador controla uma nave que deve destruir as barreiras para alcançar uma base inimiga e destruí-la.

Para fazer a adaptação para o videogame, foi chamado o game designer Howard Scott Warshaw, que teria em “Yars’ Revenge” o seu primeiro jogo desenvolvido – ele também ficou conhecido pelo ótimo “Raiders of the Lost Ark” (Indiana Jones e Os Caçadores da Arca Perdida) e o infame “E.T. the Extra-Terrestrial” (E.T. – O Extraterrestre).

Howard Scott Warshaw e suas criações para o Atari 2600

No entanto, assim que começou a desenvolver, Warshaw logo descobriu que não conseguiria fazer uma adaptação fiel ao jogo original, dada as limitações do console, então ele apenas manteve o conceito e readaptou todo o resto, transformando-o em um novo game que aproveitava melhor o hardware do Atari. O projeto recebeu um título provisório de “Time Freeze”, mas depois mudou para “Yar’s Revenge” – Yar é o nome invertido de Ray Kassar, CEO da Atari na época. Mas o que é um Yar?

Os Yars são uma raça de insetos, moscas-humanoides, que vivem no planeta Razak (inspirado no sobrenome invertido do CEO). Uma pequena história em quadrinhos foi lançada junto com o jogo, que explicava as origens das criaturas insetos, que na verdade são descendentes das moscas da Terra, e da sua batalha contra as forças alienígenas hostis. Os quadrinhos explicam que a “Vingança” (Revenge) no título é por causa da destruição de um de seus planetas, Razak IV, causada pelos alienígenas.

uma página da história em quadrinhos lançada junto com o jogo

O jogador controla um Yar, que tem como missão abrir uma brecha em uma barreira (que muda de forma a cada partida) para destruir a terrível base chamada Qotile, através do poderoso Canhão Zorlon, que é disparado do planeta dos Yar (a energia que aparece do lado esquerdo).

O inimigo também pode atacar usando a energia Swirl (uma espécie de redemoinho assassino) e misseis teleguiados. Enquanto é possível desviar do Swirl, o Yar deve buscar proteção no campo de força colorido (a Zona Neutra) do ataque dos misseis, onde não é atingido – mas também não pode disparar contra o inimigo. E tome cuidado, pois o Swirl pode destruir o Yar mesmo dentro da Zona Neutra.

o Swirl na imagem do lado esquerdo e a base Qotile no direito

Yars’ Revenge” é um jogo sem fim, e assim como a maioria dos títulos do Atari, a dificuldade é crescente a cada partida, sendo que a velocidade dos inimigos aumenta, a zona neutra desaparece, padrões de movimentos diferentes aparecem, e assim por diante. Destaque para os efeitos sonoros, compostos por sons super estilosos que  ficam na cabeça e complementam bem a experiência angustiante de sobreviver e ao mesmo tempo tentar acabar com o chefão.

Um dos grandes clássicos do Atari 2600 que oferece horas de diversão viciante e busca de maiores pontuações, e é um dos 101 jogos que você pode encontrar em nosso Atari Flashback 7!

Curiosidades: No episódio 11 da sétima temporada da série “The Walking Dead” vemos Eugene jogando “Yars’ Revenge” para Atari 2600 (confira no vídeo abaixo); O jogo tem um “easter egg” (informações/referências escondidas) – depois de matar o  Swirl no meio do voo, uma linha vertical preta aparece na tela e ao passar com o Yar em um determinado ponto dela, o jogo trava e aparece as letras HSWWSH, iniciais do programador.