Se ainda hoje muita gente considera os videogames como “coisa de criança”, nos anos oitenta e noventa isso era muito mais forte!

Afinal, a própria palavra “videogame” já remete a jogo e as pessoas não ligadas ao universo “Geek” acabam associando “jogar” com “brincar”.

A realidade é que videogame sempre foi um meio de entretenimento audiovisual e, assim como outras mídias, há games destinados a todos os tipos de públicos.

Quando você ouvir uma frase do gênero, apenas responda perguntando:

– “Qual o público-alvo do cinema?”
– “Depende do filme” – a pessoa responderá
– “Qual o público-alvo da televisão?”
– “Depende do programa”
– “Logo, o público-alvo do videogame depende do…?”

Justamente por isso, nos anos noventa começaram a surgir as primeiras polêmicas envolvendo violência e jogos de videogames, e o governo americano abriu uma comissão para debater o assunto no ano de 1993 e, eventualmente, a classificação indicativa chegou aos games.

No entanto, não é apenas a violência e cenas de sangue que geraram polêmica e, pensando nisso, decidimos selecionar alguns jogos que geraram controvérsias no Mega Drive!

Lethal Enforces

Lançado originalmente para Arcades em 1992, Lethal Enforces ganhou uma versão para o Mega Drive no ano seguinte e causou polêmica por usar imagens digitalizadas onde você tinha que atirar em quem aparecesse na tela.

Pelo nível de realismo (para a época), ele foi citado como um dos jogos no congresso de 1993 abordando sobre questão de violência e não foi vendido em lojas de brinquedos.

Além disso, foi um dos primeiros jogos a ser destinado para maiores de 17 anos pelo sistema de classificação indicativa da SEGA.

Mortal Kombat II

Outro jogo citado no congresso de 1993, o Mortal Kombat II gerou muita polêmica devido ao alto nível de violência, com direito a muito sangue, corpo sendo explodido, ossos aparecendo e o excesso de brutalidade que todos conhecem da série. O jogo foi banido na Alemanha, enquanto no Japão o sangue teve sua cor trocada.

Curiosamente, a professora da University of Southern California, Marsha Kinder, também acusou o jogo de misoginia, alegando que estimulava a violência contra a mulher, e que muitos fatalities eram altamente eróticos.

Splatterhouse 2 e 3

Hoje considerado um clássico dos “jogos de terror”, Splatterhouse 2 e 3 causaram polêmica na época devido a brutalidade, com direito a monstros nojentos, mortos-vivos, corpos partidos ao meio usando facões, machados etc.

A ideia é remeter a um filme de terror e ter bastante “gore”. Curiosamente, o terceiro game da série que foi citado no congresso de 1993 feito para debater a violência nos jogos de videogame.

Já fizemos uma análise de Splatterhouse 2 e Splatterhouse 3 aqui no blog Tectoy!

Road Rash

Clássico bastante conhecido entre os retrogamers, o Road Rash simula disputas ilegais de corridas em motocicletas e, justamente por não estarem dentro da lei, os jogadores podem bater nos oponentes com itens como pé-de-cabra para atacar os adversários, assim como a ideia é fugir da polícia.

Streets of Rage 3

A versão japonesa de Streets of Rage 3 provocou controvérsias devido ao sub-chefe “Ash”, que era um estereótipo exagerado de um homem gay, algo considerado ofensivo para os padrões ocidentais já naquela época. Provavelmente a ideia era ser engraçado, mas pra muita gente acabou “pegando mal”.

Quando o game chegou as Américas e a Europa, ele foi substitutído por Shiva, um dos chefes finais de Streets of Rage 2. Não deixe de conferir nosso review de SoR 3!

NIGHT TRAP

Ah o glorioso Night Trap, um dos vários títulos que ajudaram a popularizar o amado/odiado gênero FMV (Full Motion Videos) nos consoles caseiros, avô dos atuais games QTE (Quick Time Events).

Desenvolvido pela Digital Pictures e lançado originalmente no Sega CD em 1992, foi um dos títulos mais polêmicos da época e incomodou muitos políticos em busca de atenção, que acusaram o game de fazer apologias ao sexo, estupro, violência contra mulheres, entre outras coisas.

O jogo na verdade não tinha nada de sexo, nudez ou qualquer outra coisa muito ofensiva, era bem bobinho, com uma história no estilo Barrados no Baile, sendo mais uma comédia do que jogo de terror, como era classificado na época.

O jogador é um agente especial que precisa monitorar um grupo de garotas adolescentes que visitaram uma casa repleta de perigos e impedir que sejam vítimas de seres parecidos com vampiros que a habitam. Para isso, é preciso fazer uso do sistema de segurança da casa para ativar armadilhas e capturar qualquer indivíduo que represente uma ameaça para as garotas.

Em pleno auge da guerra Sega vs Nintendo, a Big N aproveitou a polêmica e colocou lenha na fogueira, quando declarou diante do Congresso norte-americano que Night Trap “jamais seria lançado para um console Nintendo”, porque o título não estaria de acordo com as diretrizes da empresa.

No vídeo acima, uma das cenas considerada mais polêmica do jogo.

O Mega Drive está de volta!

Após 30 anos do seu lançamento original, o Mega Drive foi relançado oficialmente no Brasil pela TecToy com o seu design clássico, joystick original de três botões, compatível com cartuchos e com uma novidade: entrada com cartão SD com 22 jogos na memória e expansível para inúmeros outros títulos. Um clássico que nunca morre e que pode ser curtido pela família toda! Confira mais detalhes em nossa loja oficial.