Acontece neste domingo, 3 de fevereiro, às 21 horas de Brasília, o maior evento do futebol americano, o Super Bowl, com os times Los Angeles Rams e New England Patriots de Tom Brady disputando a vitória da temporada, que é comparável com final de Copa do Mundo para nós.
No Brasil o futebol americano possui poucos fãs, mas nos EUA é uma verdadeira febre, tão grande quanto a nossa paixão pela pelota redonda.
Tanto que uma das maiores franquias de games da atualidade é a série “Madden NFL” da EA Sports, que explodiu no universo dos games junto com o Mega Drive, ou para ser mais exato, o Sega Genesis nos EUA.
No entanto, a história dessa franquia começa um pouco antes, em 1988, quando a EA Sports entrou em contato com o lendário John Madden, ex-técnico (se aposentou em 1978), comentarista e campeão do Super Bowl com o Oakland Raiders em 1976 e membro do Hall da Fama do esporte, para ser o garoto-propaganda do jogo “John Madden Football“, lançado para os sistemas Commodore, Apple II e MS-DOS.
o primeiro John Madden Football de 1988
O jogo era bem simples mas já apresentava vários elementos personalizáveis, incluindo condições do tempo, tempo dos quartos, penalidades, lesões e fadigas dos jogadores. Essa versão não incluía jogos de temporada, apenas partidas individuais que envolviam mais escolhas de estratégias, sem a presença de equipes oficiais da NFL.
O jogo não fez um grande sucesso, mas chamou a atenção dos fãs dos gênero. Mas tudo mudou quando o Mega Drive ganhou a sua versão de “John Madden Football” em 1990, também conhecido como “Madden ’91“.
A EA caprichou no jogo e trouxe uma versão muito superior e realista em comparação à de 1988, com rolagem vertical, visuais e animações bem feitas, gameplay dinâmico estilo arcade e principalmente, várias vozes digitalizadas com ótima qualidade.
Para quem estava acostumado a jogar em consoles 8 bits, que raramente contavam com vozes digitalizadas, foi um verdadeiro espetáculo ver um jogo como “Madden ’91” soltando várias frases em inglês no conforto de sua casa e não em uma casa de fliperamas.
Madden ’91 revolucionou o futebol americano nos videogames
O game trouxe novamente vários elementos customizáveis, porém ainda sem nenhuma equipe NFL real incluída, mas com 16 times disponíveis, baseados em times reais.
O jogo fez um sucesso gigantesco nos Estados Unidos e foi um dos responsáveis em bombar as vendas do Mega Drive no país, que contava com as melhores versões do jogo, já que também foi lançado em outros sistemas, incluindo o rival SNES, mas sem o mesmo carisma ou qualidade.
Desde então a série se tornou anual e referência ao Mega Drive, especialmente nos EUA onde o esporte é tão amado, sendo o último título lançado no console o “Madden ’98“.
A cada edição lançada, novos elementos iam sendo incluídos, como sistema de replay, partidas cooperativas, lesões nos jogadores, narrações completas de comentaristas (incluindo o próprio John Madden), novas animações, modos de jogo, entre outras coisas.
Mas foi só em “Madden ’94” que as licenças oficiais da NFL para equipes, nomes de jogadores (no jogo seguinte) e estádios reais começaram a ser introduzidos na série. Também foi o primeiro jogo a utilizar o famoso slogan de áudio “EA Sports – It’s in the Game”.
Madden ’94 introduziu as licenças oficiais da NFL
Também trouxe várias inovações no gameplay e foi o primeiro da franquia a ter equipes do Super Bowl disponíveis para jogar sem códigos especiais.
O enorme sucesso de Madden não só ajudou o Mega Drive nas vendas, como transformou a então desconhecida Electronic Arts em uma das gigantes da indústria, que passou a apostar na fórmula dos jogos esportivos – e sempre ao lado do Mega Drive, estabelecendo o console como a casa perfeita para os fãs de jogos de esporte, o que tornou um dos principais pontos para o sucesso do console nos EUA.
Se para nós brasileiros a série FIFA marcou os fãs do Mega Drive, para os americanos a série de esporte inesquecível para o console foi a Madden NFL, que também está firme e forte até os dias de hoje nos videogames atuais, com mais de 130 milhões de unidades vendidas.
Madden ’92 tinha a infame ambulância que atravessava o campo atropelando jogadores saudáveis para chegar ao lesionado
Curiosidade – A Maldição de Madden: A partir de Madden ’99, que contou pela primeira vez com um jogador, Garrison Hearst, na capa e não o famoso técnico/comentarista, iniciou-se uma temida “maldição”: Após uma grande temporada nos campos e aparecer na capa do jogo, Hearst quebrou o tornozelo nos playoffs e complicações após a cirurgia quase o fizeram abandonar o esporte. Depois disso, a “maldição” continuou afetando os jogadores que apareciam na capa do game, uns de forma mais amena e outros com mais intensidade, até o Madden NFL 09, quando Brett Favre não foi afetado pela maldição (mas decidiu se aposentar durante a temporada).
Nos jogos seguintes a maldição parece ter enfraquecido e alguns jogadores tiveram grandes temporadas, mesmo estampando a capa do game (mas nem todos escaparam), incluindo Tom Brady em Madden NFL 18, que liderou a sua equipe a mais uma disputa de Super Bowl e ganhou o prêmio de melhor jogador da temporada.
Ele inclusive fez uma série de comerciais tirando sarro da “maldição”, depois que foi anunciado para a capa de Madden NFL 18, como neste vídeo onde ele aparece reclamando que passou duas semanas dentro de uma bolha de proteção, porque os dirigentes do clube estão preocupados que ele fique bem para jogar.
Confira abaixo as capas dos jogos lançados para o Mega Drive:
