Michael Jackson´s Moonwalker não é um, mas três jogos diferentes lançados para os sistemas da SEGA. A edição de Master System é um demake da versão de Mega Drive, enquanto nos Arcades se trata de um jogo diferente.

O que une os três é que o game se baseia na história do filme homônimo e o objetivo é fazer o Michael Jackson salvar crianças do malvado Mr.Big em fases que remetem aos videoclipes do astro com músicas do cantor em versões de chiptune.

POR QUE THRILLER NÃO ESTÁ NO JOGO?

Não há muitas informações sobre os bastidores, nem da versão de Arcades e nem a edição para consoles. No entanto, um ponto de extenso debate é referente a trilha sonora da fase dos zumbis, que utiliza a faixa não tão conhecida “Another Part of Me” do álbum Bad, enquanto a fase é uma clara referência ao videoclipe de “Thriller”.

Acredita-se que, por questões contratuais, a SEGA ficou impedida de utilizar a faixa planejada para a fase, tendo que substituí-la no final do desenvolvimento. A teoria mais aceita é que esta música não foi composta pelo Michael, mas sim por Rod Temperton. Mesmo assim, um trecho dela permaneça durante as danças no primeiro lançamento do jogo.

Um usuário no Reddit fez um post dizendo que tem um cartucho com o protótipo da fase com a música e a exibiu com um vídeo no YouTube, mas como não há confirmação oficial, muitos especulam que se trata de uma farsa.

Como o jogo foi lançado em agosto de 1990, bem no início da carreira do Mega Drive, ele era um dos principais produtos anunciados para o console pela SEGA Americana. Uma espécie de protótipo de “mascote” que viria a ser preenchido no ano seguinte pelo Sonic.

Nos Estados Unidos, a versão de Master System foi lançada junto com a segunda edição do videogame, enquanto no Reino Unido ele não era vendido como um jogo separado, algo que veio a se materializar apenas seis meses depois.

SALVANDO CRIANÇAS NOS CONSOLES

A ideia de Moonwalker para Mega Drive é bastante simples: você deve explorar o cenário abrindo portas e janelas para encontrar crianças e assim enfrentar o chefe com o tradicional sistema de plataforma em 2D. Para isso, você deve derrotar inimigos dando chutes de dança e soltando purpurina pelo braço.

Segurando o botão “A”, o Michael vai começar a girar e perder um pouco da sua barra de energia, mas depois de um tempo ele vai fazer uma dança referente a fase em questão junto com todos os inimigos da tela e, no final da música, todos morrem. Já se segurar o botão de “chute”, o Michael faz seu passo mais famoso, Moonwalk.

Algumas fases possuem um meteoro que, se cair no Michael Jackson, ele se transforma em um robô gigante invencível por um período limitado. A batalha final já aposta em um tipo de jogabilidade completamente diferente, algo que pegou os jogadores dos anos noventa “de surpresa”.

A versão de Master System já é um demake do Mega Drive, como dito anteriormente. Isso significa que as fases e os objetivos são os mesmos, porém com qualidade gráfica e sonora reduzida para acomodar a potência do console oito bits. Por essa mesma razão, as duas últimas batalhas finais também possuem uma proposta diferente.

E O ARCADE?

A edição para Arcades de Moonwalker foi lançada alguns meses antes do Mega Drive e teve maior participação do Rei do Pop, já que ele foi o produtor e o designer, enquanto no Mega Drive quem assumiu ambos os cargos foi Roppyaku Tsurumi, que ficou famoso anos mais tarde por ter levado o Crash Bandicoot do PlayStation ao Japão.

Bem diferente dos consoles, este é um beat´em up onde você deve derrotar uma quantidade específica de inimigos para prosseguir e o Michael possui poderes mágicos ao invés de ataques físicos.

É possível jogar com três pessoas simultaneamente e, ao toque de um botão, ele pode fazer a dança mágica que derrota todos os inimigos da tela.  Já o objetivo é o mesmo: resgatar as crianças e passar de fase.

Por utilizar visão isométrica, além de ter vindo para o Arcade, esta é a versão com maior sofisticação técnica, tanto em qualidade do áudio quanto nos gráficos.

A EDIÇÃO OBSCURA PARA O AMIGA

No mesmo dia da versão para os Arcades, os computadores da época receberam uma versão completamente diferente do Moonwalker desenvolvida pela extinta Emerald Software, sem nenhuma relação com a SEGA.

São quatro fases com gameplays diferentes, sendo que a primeira é com visão aérea baseada no clipe Bad; a segunda também, mas você dirige uma moto em Speed Demon; a terceira já é em visão lateral baseado em Smooth Criminal; e a última transforma o Michael em um robô gigante.

É considerado o jogo mais fraco do astro tanto em jogabilidade quanto nas músicas que duram cerca de 10 segundos antes do loop, o que acaba sendo irritante e um pouco engraçado ao mesmo tempo.

CLÁSSICO SENDO UM POUCO “TRASH”

É verdade que o Moonwalker para o Mega Drive não é, nem de longe, o melhor jogo do console. O game tem baixo fator replay, os gráficos estão muito longe do que o console pode proporcionar, além de ser muito curto.

Por outro lado, a graça do jogo é justamente essa, proporcionando boas risadas justamente por ser engraçado. Os gritinhos digitalizados do Michael, as músicas em chiptune e as danças tornam a experiência memorável, além de ser um jogo bem diferente, tanto no Mega quanto no Master.

O mesmo pode se dizer para a edição dos Arcades, apesar de se tratar de um outro jogo, podendo ser uma aventura bem viciante. No entanto, “passe longe” da edição do Amiga!