Mystic Defender foi lançado em 1990 para o Mega Drive e é continuação de Spellcaster lançado para o Master System (não deixe de conferir nossa análise!).

Diferente do antecessor que era “ambicioso” e procurava ser bom em todos os pontos, Mystic Defender parece ser uma aventura menos inspirada e bem mais tradicional, mas mesmo assim, tem seu charme.

PRETEXTO CLICHÊZÃO!

A versão japonesa conta com uma roupa diferente para remeter o universo do anime Spirit Warrior,
sendo uma referência removida da versão ocidental.

O feiticeiro anarquista Zareth rapta uma jovem moça chamada Alexandra. Sua ideia é usá-la como sacrifício para reviver um antigo Deus do mal chamado Zao. Após capturá-la, um castelo surge do fundo do mar.

Joe Yamato, um feiticeiro experiente, é invocado para salvá-la, impedir os planos de Zareth e salvar o mundo.

EVOLUÇÃO EM VÁRIOS PONTOS…

Mystic Defender é um jogo bem mais representativo do fim dos anos oitenta e início dos anos noventa que seu antecessor, Spellcaster, sendo uma aventura mais tradicional e mais simplória em praticamente todos os pontos.

Diferente do anterior que incorporava elementos de RPG, este é inteiramente plataforma com  um pouco de run and gun. Justamente por isso, a história é bem mais simplória, se resumindo apenas a um pretexto para salvar o mundo. O mais provável é que a SEGA quis dar foco no que mais fez sucesso no primeiro game.

O protagonista possui quatro magias e dessa vez é possível carregá-la e andar ao mesmo tempo, o que facilita muito a vida do jogador. Além disso, a jogabilidade é mais fluida e os controles respondem muito bem, sendo visível a evolução quanto ao antecessor! Ponto para a SEGA.

São sete fases com temas variados, inimigos únicos em cada uma delas e chefes criativos, o que dá singularidade para cada um dos cenários. De quebra, os gráficos são legais considerando que o jogo veio no ano de 1989 e a trilha sonora também cumpre bem o seu papel. Destaque para a quarta fase, com diversos efeitos parallax, chão bem animado etc.

Vale dizer que a animação de “Kame-Hame-Ha” na introdução de cada uma das fases também ficou bem legal.

…RETROCESSO EM OUTROS TANTOS

Por ser uma aventura bem mais tradicional que seu antecessor, ele regride em muitos pontos. Talvez o que mais incomode os jogadores seja a simplicidade da história, já que o antecessor, por ter mais ênfase na narrativa, possuía uma trama mais elaborada e mais divertida. Dessa vez, é só um pretexto pra se aventurar.

Outro ponto que pode ser irritante é o efeito sonoro de carregamento da magia. Parece um detalhe bobo, mas como ficamos o jogo inteiro carregando ela “pra lá e pra cá”, dá vontade de diminuir o volume da TV.

O level design pode ser confuso em alguns momentos, em especial na fase 6, com alguns obstáculos posicionados de modo não intuitivo, o que leva a danos injustos. Não chega a ser um grande problema, mas desconta alguns pontos da nota final.

O nível de dificuldade também é bastante elevado e não muito constante, sendo outro retrocesso comparado ao SpellCaster. Não é incomum que as pessoas empaquem na quarta fase, precisando de diversas tentativas até conseguir superar esse desafio.

Provável que os desenvolvedores aumentaram a dificuldade para que o jogo durasse mais tempo, mas pode acabar rendendo grandes momentos de frustração. Por outro lado, pode ser atraente aos fãs mais hardcores.

Além disso, o próprio fato dele ser curto também é outro ponto de regressão. Se em Spellcaster você demorava cerca de seis horas para zerar, nesse aqui você demora no máximo duas e, uma vez masterizado, uma hora acaba sendo o suficiente.

Além disso, após finalizá-lo não há segredos e outras coisas que aumentam o fator replay, sendo que a única razão para jogar novamente é se divertir passando pelas fases de novo.

No fim das contas, o Mystic Defender é um jogo de plataforma bastante divertido, mesmo que não alcance o status de “melhor jogo do Mega Drive” pra muita gente como Spellcaster o fez para o Master. Acertando em muitos pontos e tropeçando em outros tantos, ele vale a conferida para os amantes dos jogos de plataforma, em especial os retrogamers. Mais um clássico do Mega Drive.

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