Ricardo Pim da Rocha de 39 anos da cidade de Guarulhos, São Paulo, como muitos que visitam o Blog Tectoy, é um fã de videogames com muitas boas lembranças das partidas no seu Master System II da Tectoy, com Alex Kidd na memória, com óculos 3D e a pistola Light Phaser.

Sou fã da Tectoy. Quando adolescente, tive um Master System II da Tectoy completo, mas, meu sonho na época era ter um Mega Drive, mas não tive condições, sempre puxei mais pelo lado da Sega, tanto que assim que a Tectoy relançou o novo Mega Drive, adquiri um ainda na pré-venda para ter meu nome gravado na carcaça. Comprei o cartucho Turma da Mônica e alguns controles extras“, contou o programador de computador para o Blog Tectoy.

Mas sua grande paixão mesmo é um videogame que veio bem antes do Master System, e também alvo de adoração de muitos brasileiros: o Atari 2600.

Possuo dois consoles Polyvox 2600, um deles adquiri recentemente, meu xodó, é um aparelho de 1983, em sua embalagem original, praticamente saído de fábrica. Adquiri de um colecionador que o manteve guardado por 20 anos e antes disso, foi muito pouco usado por seu primeiro dono“, conta.

Seu primeiro contato com o antológico videogame foi no Natal de 1985. “Lembro como se fosse ontem, um original Polyvox que foi muito bem aproveitado até meados de 1992, quando comprei o Master System. Nunca tive muitos cartuchos, eram muito caros na época, dependia muito de locadoras. Minha sorte é que tive uma prima que trabalhava em uma. Aluguei muitos cartuchos sem pagar nada“.

Ao adquirir um Master System, o Atari foi vendido pelos pais de Ricardo a um vizinho, que infelizmente no fim de uma semana de uso o quebrou e devolveu.

Já a história com o 8 bits da Sega durou até meados de 1995, quando ele rifou o console para poder comprar seu primeiro computador e quando iniciou os estudos como programador.

A partir de então foram 10 anos longe dos videogames, quando em 2005 Ricardo “acordou nostálgico” e decidiu que era tempo de recordar a sua antiga paixão: o Atari 2600. O videogame abriu as portas para outros consoles retrôs e modernos, mas “que só foram comprados depois“, deixa claro, entre eles o PlayStation 1, Wii, Xbox 360 e o Xbox One.

Meu Atari foi comprado no Mercado Livre assim como todos os jogos durante vários anos. Sempre comprando os joguinhos mais baratos, bem ‘detonados’. Assim eu poderia cuidar deles, refazer a label, personalizando do meu jeito“.

Segundo Ricardo, a devoção pelo Atari só aumentou após conhecer a página do Universo Atari 2600 e o grupo Atari VCS Brasil,  ambos especializados nos consoles, acessórios e jogos do Atari 2600.

A partir daí [quando conheceu os dois grupos] passei a dar muito mais importância a meus Ataris, e tudo que comprei, veio de lá. Cartuchos individuais de qualidade, cartuchos nacionais multijogos de excelente qualidade, acessórios que não tive acesso quando criança, como paddles e keyboard para jogos específicos“.

Além dos vários produtos adquiridos por meio de outros fãs, Ricardo também gosta de participar de campeonatos, pois segundo ele é “um incentivo a mais para jogar Atari, quando se tem um objetivo, é muito mais divertido“.

Dá vontade de comprar tudo, mas a carteira não suporta. Apesar de minha esposa me apoiar, as vezes ela reclama, então não posso abusar. Ela diz: ‘Amor! Você trabalha para isso, você merece‘”.

O Atari 2600 ainda rendeu para Ricardo  uma história memorável com um famoso game adulto chamado X-Man, que não tem nenhuma relação com a série de histórias em quadrinhos da Marvel intitulada X-Men.

Certa vez tive acesso a um jogo adulto muito famoso, X-Man. Não me lembro exatamente como, se fiz alguma troca de cartucho com algum amigo, muito comum na época ou se minha mãe comprou acidentalmente, sem saber do que se tratava. A primeira vez que venci o labirinto e cheguei na segunda parte, minha mente explodiu. Desliguei imediatamente o console com medo de minha mãe ver. Ela não trabalhava e passava a maior parte do tempo em casa“, conta.

Passei a jogar escondido ou na casa de amigos. Esse cartucho era tratado entre nós como algo extremamente ilegal. Batíamos de porta em porta e meio que de forma sorrateira mostrava para o amigo: Olha o que tenho aqui. Vamos jogar? Na esperança da mãe dele não estar em casa. E se não dava, rapidamente esse amigo indicava outro amigo que indicava outro amigo. Minha mãe só veio a saber dessa história recentemente, ficou indignada“.

Como programador, recentemente Ricardo topou um novo desafio para modificar o clássico “Pac-Man” utilizando engenharia reversa juntamente com o jogo “Montezuma’s Revenge“, resultando em um protótipo que ele batizou de “Pac-Zuma“.

No entanto, ainda não satisfeito com o resultado, ele resolveu expandir o projeto.

Apesar de ter ficado bacana e o pessoal ter gostado, eu olhava aquilo e ainda enxergava um Pac-Man. Peguei outro desafio, quero modificar ainda mais. E imaginei uma trilogia de Pac-Zuma, bolei uma história, modifiquei ainda mais o jogo para alterar até a jogabilidade. Já finalizei e estou prestes a lançar os três jogos lá no grupo para o pessoal“, conta o programador.

E sua aventura com o Atari está longe de acabar. Após realizar o sonho de conseguir um Atari 2600 Polyvox praticamente novo, Ricardo agora pretende adquirir o cartucho MultiCart SD e um Atari Flashback 9 HDMI com expansão dos jogos via cartão SD. Além disso, sonha em lançar seu próprio jogo do zero, mas esse é um projeto para o futuro ainda.

Mas enquanto isso, você confere abaixo um resumo da trilogia Pac-Zuma, que já está disponível para os membros do grupo Atari VCS Brasil.

PAC-ZUMA – THE SECRET ROOM

Após encontrar o tesouro de Montezuma, PANAMA JOE retorna à fortaleza do imperador em busca da “sala secreta”. Ao encontrar, ela se revela repleta de barras de ouro. Só que algo dá muito errado e ele fica preso nela. PANAMA JOE não está sozinho! Ele está cercado de “skulls”, fantasmas de caveiras vindas do inferno, que precisam das “pedras de energia” e do “ouro” para criar as “pedras de luz” e manter o inferno aquecido. Clique aqui para acessar o jogo.

OBJETIVO

Guie PANAMA JOE pelos estreitos corredores da “sala secreta” e recolha todo “ouro”. Não deixe de pegar a “grande pepita” no centro da sala, ela vale muito mais.

Impeça as “skulls”, utilizando as quatro “pedras de energia” contra as elas, elas serão enviadas temporariamente de volta às profundezas do inferno. Tome cuidado! Não se deixe ser capturado, pois no inferno você irá parar.

PAC-ZUMA II – LOST IN HELL

Sem ter encontrado a saída da “sala secreta” do imperador, sua captura foi inevitável, e a alma de PANAMA JOE vai parar no inferno, um lugar escuro e totalmente dependente das “pedras de luz”, que são muito poderosas e acumulam energia.

OBJETIVO

Guie PANAMA JOE pela escuridão do inferno e libere a energia das “pedras de luz”. A tarefa não será fácil, a escuridão é uma desvantagem, e as “skulls” irão fazer de tudo para impedir. Utiliza as “pedras de energia” contra as “skulls” e libere ainda mais energia. Quanto mais energia liberada, maior a possibilidade de salvar a alma de PANAMA JOE. Não deixe de pegar a “grande pedra” no centro do inferno, ela libera muito mais energia.

PAC-ZUMA III – SKULL RETURN

Finalmente a alma de PANAMA JOE encontra a paz. Só que não por muito tempo, as “skulls” invadem o paraíso.

OBJETIVO

Desta vez você irá comandar as “skulls” na difícil tarefas de recuperar as “pedras de luz e energia”. Mas a tarefa não será fácil, PANAMA JOE está muito mais poderoso e poderá te enviar diretamente ao inferno com um simples toque. Pegue todas as “pedras de luz” para voltar ao inferno. Somente as “pedras de energia” podem enviar PANAMA JOE de volta ao inferno.

AGRADECIMENTOS FINAIS

Encerramos nossa matéria por aqui e desejamos boa sorte para o Ricardo com a sua paixão pela Atari e os videogames em geral. E com as palavras finais, o próprio:

Agradeço à minha esposa Talita pelo incentivo e paciência, ao Sandro Butcher do Universo Atari pelo apoio e divulgação, ao Márcio Micae da MRM Eletrônicos pela ideia da caveira no Pac-Man, aos amigos do Atari VCS Brasil por curtir a ideia e ao Blog da Tectoy pela oportunidade de contar minha história“.