Grande sucesso no mundo dos JRPGs, o Phantasy Star foi lançado para Master System em dezembro de 1987 no Japão, em 1988 para a Europa e Estados Unidos, e em 1991 no Brasil com textos traduzidos pela Tectoy.

A ideia de desenvolvê-lo veio de uma pesquisa realizada em 1986 pela revista oficial da SEGA no Japão, a “SPEC” (Sega Players Enjoy Club). Eles concluíram que os RPGs eram os títulos mais aguardados pelo público japonês no Nintendo 8bits, e querendo aproveitar a popularidade do gênero, a SEGA começou a trabalhar em um para seu videogame da época: o Master System.

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O objetivo era utilizar a fórmula que deu fama ao gênero, mas inovando em diversos pontos para singularizá-lo ao máximo: o estilo é futurista, e não medieval; a protagonista é  mulher; as dungeons são tridimensionais, dando um efeito impressionante para a capacidade do console; as animações e as cores eram as mais caprichadas o possível para dar “vivacidade” ao título; além de viagens interplanetárias e uma trilha sonora memorável.

É notável que a equipe de produção quis extrair ao máximo a capacidade do Master, sendo também o primeiro título 4 megabits dele. Por falar nos desenvolvedores, as dungeons foram idealizadas pelo Yuji Naka, que anos mais tarde seria conhecido como o “pai do Sonic”, e as artes ficaram a cargo de Naoto Oshima, o futuro criador do mascote da SEGA. Na equipe ainda tinha a designer Rieko Kodama, que ganhava notoriedade por trabalhos como Alex Kidd, Miracle Warriors, e alguns jogos para os arcades da SEGA.

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Um pouco de história…

O jogo é ambientado no sistema solar de Algol, no século 342. Nele, há três planetas: Palma, que possui água em abundância, grama, e é o mais próximo do que podemos chamar de “Planeta Terra”; Motávia, o planeta do deserto e pouco colonizado; e Dezóris, que é de gelo.

Todo o sistema é governado pelo bondoso Lassic, que é justo e eficiente em seu cargo. Porém, ele tinha medo da morte, e o passar dos anos acabava deixando-o cada vez mais preocupado com a possibilidade de um dia deixar de existir. Nesse contexto que ele descobriu uma religião que prometia a imortalidade, e boatos afirmam que foi ela quem acabou corrompendo-o. Desde então, ele passou a ser um ditador cruel e inescrupuloso.

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Nessa mesma época começaram a aparecer monstros misteriosos nos três planetas, e as atitudes de Lassic começaram a revoltar a pacífica população de Palma. Um dos líderes da resistência contra o ditador era o Nero, que tentou enfrentá-lo. Durante o protesto, ele é gravemente ferido por um Robotcop,  soldados que servem ao Lassic.

Sem chances de viver, Nero caído no chão diz suas últimas palavras a sua irmã, Alis, e pede a ela para completar a missão de restaurar a paz no mundo. Jurando vingança pela sua morte, Alis parte em uma aventura para salvar o sistema solar de Algol.

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Jogo nota 10!

Clássico indiscutível, Phantasy Star impressiona por ser bom em absolutamente todos os pontos: os gráficos são ótimos, ricos em animações, inimigos que se movimentam, cenários durante as batalhas (considerando que os RPGs da época tinham fundo preto), além de ser bem colorido e visivelmente esforçado e caprichado.

Some isso a uma história relativamente simples para os padrões de hoje, mas envolvente devido ao carisma dos personagens; trilha sonora memorável mesmo se tratando de um videogame tão antigo;  além de ter um nível de dificuldade “na medida certa” para os padrões da época.

Vale dizer que a versão japonesa conta com um chip FM que deixava as músicas ainda mais sofisticadas que a versão ocidental. No entanto, é muito debatido na comunidade de fãs sobre qual trilha sonora é a melhor.

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E para nós, brasileiros, tivemos uma versão adaptada para o português pela Tectoy. A tradução ficou fiel ao texto norte americano, e a adaptação ficou boa, apesar de não ter acento nas palavras devido a impossibilidade de acrescentá-la nos dados do cartucho. No fim das contas, dá para entender todos os diálogos, e se envolver com a aventura de Alis.

Talvez para muitos o jogo sofra com o “peso da idade”, pois faz quase trinta anos do seu lançamento original. No entanto, aqueles que amam um bom RPG japonês com batalhas em turno, e gostam de um jogo envolvente e divertido, além de querer conhecer  um dos pioneiros do gênero, deveria experimentá-lo. Nota 10 em praticamente todos os pontos, Phantasy Star para Master System é uma lenda!