Assim como aconteceu com o Shining in The Darkness e o primeiro Force, que já tem análise aqui no blog,  Shining Force II recebeu o mesmo baixo investimento da SEGA, só que dessa vez sob uma ameaça: se o jogo não rendesse o mesmo sucesso dos dois anteriores, a empresa iria desativar as atividades do estúdio.

Com isso, houve forte pressão para a equipe Sonic Software, que dessa vez não contou com a ajuda da Climax Entertainment, para levar um produto de qualidade ao mercado. A ideia para fazer um bom jogo era simples: pegar tudo que o primeiro fez certo e melhorar, corrigindo também os defeitos.

“TURBINANDO” O QUE JÁ ERA ÓTIMO!

Se no primeiro Shining Force a história foi criticada por ter pouco desenvolvimento, neste a equipe tratou de caprichar mais, mesmo mantendo a premissa básica e clichê de “precisamos salvar a princesa derrotando um vilão malvado que foi libertado acidentalmente”. O modo em que o enredo se desenrola é envolvente, épico com alguns “plot twists” e diálogos memoráveis. Visivelmente, um salto perante o primeiro.

Desta vez a aventura não é contada em capítulos e Shining Force II é muito maior e mais “livre” para fazer o que quiser, quando quiser, podendo voltar em cidades anteriores,  ir em dungeons prévias etc.  Justamente por isso, há maiores elementos de exploração, incluindo duas vilas secretas, itens escondidos que podem forjar novos equipamentos e é visível que os desenvolvedores se esforçaram em recompensar o jogador por suas explorações.

O sistema de batalha permanece intacto quando comparado ao primeiro.

De quebra, ele é superior ao primeiro em praticamente tudo: os gráficos tiveram alguma evolução, apesar de seguir um mesmo estilo e ainda não estar (nem de longe) entre os melhores do Mega; as músicas que já eram boas no primeiro, estão melhores aqui; os ataques nas batalhas possuem mais quadros de animação; os personagens são menos estereotipados e genéricos que o primeiro e possuem mais identidade, apesar de continuar bem visível  função de cada um apenas olhando para ele;  os inimigos estão mais criativos também, com direito a gigantes, fantasmas, demônios etc.

O que chama a atenção quanto ao visual é que as cores estão mais saturadas, que aliado ao estilo artístico e as escolhas na trilha sonora deixam-o com um aspecto mais atemporal quando comparado ao primeiro, que tinha toda a “aura” de jogo antigo.

Animações mais fluidas e inimigos mais criativos tornam esta experiência superior.

Do resto, é tudo que conhecemos no primeiro Force: são novamente 30 personagens, sendo alguns obrigatórios e outros secretos e apenas 12 vão para o campo de batalha; o objetivo é fazer o seu exército lutar contra a frota inimiga, andando em um raio pré-determinado para fazer a ofensiva, curar aliados, soltar magias etc; os personagens permanecem com suas habilidades individuais, ganham experiência e avançam de nível, podendo mudar de classe após certo ponto, mudando sua vestimenta e seu avatar. Os controles se mantêm intuitivos.

“NÃO SE MEXE EM TIME QUE ESTÁ GANHANDO… ATÉ DEMAIS!”

Os chefes deste game são “pedreira”!

Curioso que o Shining Force II utiliza a mesma fórmula do primeiro de um jeito que até mesmo os defeitos retornam.  Aliás, o próprio fato dele não apostar muito em novidades acaba descontando pontos da nota final, já que o game utiliza os mesmos sistemas na íntegra, reforçando a ideia de que os desenvolvedores “jogaram seguro”.

O baixo orçamento ainda é visível, novamente visto nas cidades que, em sua maioria, utilizam os mesmos gráficos e só mudam o posicionamento das casas e dos detalhes para justificar você estar em um novo ambiente, enquanto as animações de batalha melhoraram, especialmente a do protagonista, mas os personagens secundários continuam com poucos frames.

Os personagens estão menos genéricos.

A dificuldade, mesmo melhor balanceada, continua fácil para os retrogamers. Desta vez há alguns chefes mais “penosos” e que necessitarão de uma boa estratégia para derrotá-los, mas ainda sim, aqueles que procuram um desafio maior podem acabar se frustrando. Para os padrões de hoje, o nível de dificuldade pode ser considerado médio, sem muitos problemas para prosseguir.

Por fim, há repetição de inimigos com diferentes cores para justificar que aquele lá é uma versão mais forte de um adversário prévio. Não chega a ser um problema, mas acaba pecando na variedade.

CLÁSSICO ABSOLUTO E INCONTESTÁVEL

Shining Force II é obrigatório aos amantes de RPG tático, e aqueles que querem se aventurar no gênero deveriam dar uma chance de experimentá-lo. Ele não é uma continuação direta do primeiro e, portanto, você pode jogá-lo sem medo de não entender alguma coisa. Divertido do início ao final, ele tem uma significativa legião de fãs até os dias de hoje e é, sem dúvidas, mais um clássico do Mega Drive.

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