Snatcher é um jogo de Cyberpunk Adventure desenvolvido pela Konami e dirigido por ninguém menos que Hideo Kojima, o mesmo que ficou famoso anos mais tarde pela série Metal Gear Solid e mais recentemente por Death Stranding.

Lançado originalmente em 1988 para o MSX2 no Japão, eventualmente o SEGA CD ganhou uma versão do game e, até hoje, ele é lembrado por muita gente como um dos melhores jogos do periférico do Mega Drive.

Inspirado em Blade Runner!

No ano de 1996, 50% da população faleceu devido a um acontecimento conhecido como catástrofe devido a uma arma biológica chamada “Lucifer Alpha”. Essa explosão veio de um laboratório secreto na Rússia.

Cinquenta anos mais tarde, em 2044, o primeiro ser cibernético em forma humana aparece, totalmente descontrolado e perigoso. Essas ameças robóticas são chamadas de Snatchers, e tem a capacidade de imitar e se passar por humanos em todos os aspectos, incluindo reações fisiológicas como suar ou sangrar.

Nesse contexto, os Snatchers passaram a assassinar os humanos e, desde então, todos passam a ser suspeitos de serem um deles. Para combatê-los, um grupo chamado Junker se formou para combatê-los, e o protagonista é Gilliam Seed, que além de ter a missão de descobrir tudo que está acontecendo, ele terá de se aventurar para resgatar sua memória.

Tudo que se sabe é que ele, junto de sua namorada, Jamie, foram encontrados no local onde o primeiro Snatcher apareceu.

10 em tudo sem medo de exagerar!

Sendo uma visual novel com elementos de Adventure, Snatcher compensa a pouca interatividade do gênero com todo o resto, provando a genialidade de Hideo Kojima já naquela época.

O grande destaque vai para a história, já que a premissa em si é bastante interessante e dá vontade de imergir no game, só que o próprio desenrolar conta com reviravoltas e mudanças no enredo com momentos bem “chocantes” e cinematográficos.

Ao mesmo tempo que o jogador consegue antever alguns acontecimentos, outros são completamente surpreendentes. Quanto mais você joga, mais vontade de saber o que vai acontecer você tem.

Gráficos também “não ficam atrás” e alcançam facilmente a nota 10, com desenhos muito bonitos, animações excelentes, distribuição de cores ótimas e sem nenhum “medo” de exibir cenas bem violentas. Tudo é detalhado, bonito e muito rico.

E as músicas? Outra nota 10, sendo que muitos consideram a melhor trilha sonora do Sega CD, que já é conhecido pela excelência na trilha da maioria dos jogos. Os efeitos sonoros e a música criam a ambientação perfeita que somada a uma dublagem muito boa (algo raro para a época) tornam este game uma obra bem a frente do seu tempo. Some tudo isso ao fato dele ser longevo para os padrões da época e temos um clássico atemporal.

O único ponto de crítica é o fator replay, já que ao zerá-lo, você não tem nenhuma razão para retorná-lo, a menos que queira acompanhar a mesma história novamente. No entanto, esse ponto não chega nem a “arranhar” o brilho deste game. Além disso, a pouca interatividade do gênero aliada a complexidade da história pode afastar muita gente que quer um jogo apenas para “jogar sem compromisso”. Definitivamente não é para casuais.

Snatcher é um clássico incontestável e não a toa tem uma legião de fãs enorme até os dias de hoje. Pena que a versão de Sega CD não rendeu sucesso comercial na época, mas este é mais um game que prova a genialidade de Hideo Kojima. Gosta de uma boa história e se amarra no gênero Adventure? Você precisa jogar esse game!

Confira dois games criados por Hideo Kojima e lançados em consoles da Sega!