Hoje é aniversário de Sonic & Knuckles e nada mais justo para o Blog Tectoy escrever um artigo sobre ele, que detém o título de um dos jogos mais populares do azulão (diga-se de passagem: mais que merecido). Vindo alguns meses após o Sonic 3, o SK é uma continuação direta deste e ambos formam o Sonic 3 & Knuckles através da tecnologia “Lock-On”, onde a parte superior do cartucho (no caso, Sonic & Knuckles) possui uma entrada para incluir outro.

O VILÃO NÃO DESISTE!

Hidden Palace de Sonic & Knuckles

Após os eventos de Sonic 3, onde o ouriço conseguiu derrotar o Dr. Eggman na sua base de lançamento (Launch Base), a sua fortaleza voadora, Death Egg, volta a cair na Angel Island e cai no topo do vulcão Lava Reef.

O vilão vai fazer uma última tentativa de reviver seu mais ambicioso projeto, mas desta vez roubando a Esmeralda Mestre, a joia gigante de incríveis poderes guardada pelo Knuckles. Com seu poder infinito, Eggman pode não só relançar a Death Egg, como dominar o mundo inteiro.

Já os heróis, Sonic e Tails, vão continuar suas aventuras para impedirem os planos do inimigo, enquanto o Knuckles permanece achando que os dois são os verdadeiros vilões da história.

BASTIDORES POLÊMICOS!

Yuji Naka, programador da série e considerado o pai do Sonic
Yuji Naka, programador da série e considerado o pai do Sonic

Após a finalização do Sonic 2 e seu grande sucesso tanto de público quanto de mídia, a SEGA encomendou um terceiro título para dar continuidade as aventuras do azulão.

Para quem não sabe, o primeiro jogo foi desenvolvido pela Sonic Team japonesa, enquanto o segundo foi feito em parceria com os americanos do Sega Technical Institute, em Palo Alto, Califórnia.

Do primeiro game, apenas Hirokazu Yasuhara (diretor) e Yuji Naka (programador) foram morar nos EUA para o desenvolvimento, enquanto o desenhista do azulão, Naoto Ohshima, ficou em seu país de origem para desenvolver o jogo que viria a ser o Sonic CD.

Devido as barreiras culturais e linguísticas, o desenvolvimento do Sonic 2 foi bastante conturbado e havia muitos problemas com a personalidade de Yuji Naka que, segundo informações, era muito enérgico e pouco flexível. De quebra, Naka foi o líder do projeto e uma das desenvolvedoras, Brenda Ross, disse que sempre que Naka precisava descartar alguma ideia do Sonic 2, ele fazia dos americanos.

Dentro desse contexto, ao encomendarem o Sonic 3, Naka disse que não estava “afim” de desenvolvê-lo, mas após muitas negociações, acabou concordando com o projeto contanto que fosse desenvolvido estritamente pela equipe japonesa. Por essa razão, o Sonic 3 e o Sonic & Knuckles foram desenvolvidos nos Estados Unidos, porém apenas pelos asiáticos.

Vale dizer que ao longo do desenvolvimento alguns americanos acabaram ajudando, mas em funções não intelectuais.

POR QUE DIVIDIR EM DOIS GAMES?

A ideia original era que a aventura inteira fosse um único game que seria lançado em cartucho comum. No entanto, a SEGA Americana fez uma parceria com o Mc Donald´s para incluir bonecos do mascote na mesma época em que o game fosse lançado: fevereiro de 1994 (comercial acima).

Só que o jogo não teria como ficar pronto até a data planejada. A solução foi dada por um membro da Sega Americana que, anos antes, estava testando uma tecnologia chamada “Lock-On” para incluir conteúdos inéditos em games previamente lançados.

A partir desse momento,  o projeto passou a ser Sonic 3 “A“, que é o game que conhecemos hoje como Sonic 3 e o Sonic 3 “B”, que é o Sonic & Knuckles.  Como o game tem 14 fases, o objetivo era que cada uma das partes fosse, literalmente, metade de uma aventura. Ou seja, o primeiro game teria 7 fases e o segundo as outras 7.

Só que nos últimos dias de desenvolvimento do Sonic 3 “A”, a equipe migrou a fase Flying Battery para o Sonic 3 “B”, pois não daria tempo de implementá-la.  Por fim, houve o projeto Sonic 3 “C”, que é a união de ambos, sendo o Sonic 3 e Knuckles, que já exploramos aqui em um dos primeiros artigos do canal.

CLÁSSICO INCONTESTÁVEL

Falar da jogabilidade do Sonic & Knuckles é “chover no molhado”, já que você, grande fã do Mega Drive, muito provavelmente sabe do que se trata. Aquela boa e velha fórmula viciante de “correr e pular” em alta velocidade, desviando de obstáculos, destruindo inimigos e todo aquele gameplay que nós amamos em um bom jogo do Sonic.

A diferença é que a equipe de desenvolvimento pegou a fórmula que todos conhecem e a enriqueceu bastante. As fases contam com muitas rotas alternativas e diversas formas de se chegar ao seu final. Dessa vez há uma aventura exclusiva para o Knuckles, algo ausente no Sonic 3 onde ele não era jogável, e no primeiro ato também há um mini-chefe a ser derrotado.

Dessa vez o estilo artístico busca algo mais “moderno” para os padrões de sua época, com efeitos de luz e sombra e até paredes com texturas para dar alguma sensação de profundidade. Os sprites tanto do Sonic quanto do Knuckles são muito enriquecidos, os cenários possuem efeito parallax e diversas camadas também.

A trilha sonora mantém o padrão de excelência da série, com faixas muito legais. Os destaques vão para a Flying Battery, Lava Reef e Sky Sanctuary, as três memoráveis, combinando com o estilo “Sonic” e também com o cenário proposto. Ponto para a SEGA! Vale dizer que algumas músicas presentes no Sonic 3 foram trocadas, como o tema do Knuckles e a faixa de vice-chefe, assim como alguns jingles.

Especula-se que seja para retirar, integralmente, as referências ao Michael Jackson, já que o rei do pop esteve envolvido nas músicas do Sonic 3 e toda sua equipe de musicistas foi creditada, exceto o próprio astro, devido as acusações de abuso de menores que rodaram na época.

JOGO NOTA 9,999999….

Provável que o maior defeito de Sonic & Knuckles como um jogo sozinho seja o fato dele ter o espírito de “metade pra frente”. Realmente não passa a sensação de estarmos apreciando uma aventura completa. Isso é agravado com o Knuckles que tem fases um pouco menores e a aventura pode acabar muito rápido.

Além disso, os games do mascote nessa época também não eram muito refinados quanto a bugs, o que em muitos casos leva a mortes injustas e situações bem estranhas, como ficar grudado na parede. Não chega a ser um grande problema, mas acaba descontando alguns pontos da nota final.

Sonic & Knuckles é a segunda metade da aventura e conclui toda a saga Death Egg iniciada em Sonic 2. É verdade que para extrair todo o seu potencial, é interessante jogá-lo com o Sonic 3 através da tecnologia Lock-On, mas mesmo sem ela, esse game tem seu charme e funciona como uma aventura sozinha. Mais um clássico do Mega Drive e, junto com o Sonic 3, um dos melhores plataformas de todos os tempos.

MENÇÃO HONROSA: KNUCKLES NO SONIC 2

Não podíamos deixar de dizer que, incluindo o Sonic 2 junto com o Sonic & Knuckles, podemos jogar com o equidna nas fases deste game. Neste caso não há uma história e nem contexto, sendo apenas a aventura jogada com o “vermelhão”.

No entanto, devido as suas habilidades em escalar paredes, ele pode acessar locais inéditos. A paleta de cores muda em alguns casos, como o escudo protetor que passa a ser cinza, e o jogador não perde mais os anéis coletados ao sair de um Special Stage, facilitando sua vida.

Vale dizer que originalmente a ideia era colocar o Knuckles em Sonic 1 também, mas os desenvolvedores não teriam tempo de implementá-lo de modo adequado e a ideia foi descartada em favor do minigame “Blue Sphere”, que conta com um número praticamente infinito de Special Stages do Sonic & Knuckles.

Investigando dados do jogo, foi descoberto que são 134,217,318 fases especiais (134 milhões, 217 mil e 318!), chegando na última, volta pra primeira.

Lembrete: não deixe de conferir nosso querido e velho Mega Drive, que voltou ao mercado com a nossa edição lançada em 2017, com 22 jogos na memória e expansível com o uso do cartão SD. Um clássico que nunca morre e que pode ser curtido pela família toda! Confira mais detalhes em nossa loja oficial.