Dia 31 de outubro, o Dia das Bruxas, ou Halloween como é mais conhecido nos EUA, é um evento tradicional e cultural dos países de origem inglesa, mas que graças à globalização, vem crescendo aos poucos aqui no Brasil. Podemos não ter as casas enfeitadas, as festas à fantasia super produzidas ou mesmo sair pelas ruas com a famosa frase “gostosuras ou travessuras“, mas de uma coisa gostamos tanto quanto os estrangeiros: jogos de terror!

E para comemorar o dia do coisa-ruim-tinhoso, do gato preto e das bruxas que estão soltas, fizemos um Top 10 com uma lista de jogos assustadores do Mega Drive para você conhecer ou relembrar.

O 16 Bits da Sega possui uma boa biblioteca de jogos de terror, já que era um console que dava grande liberdade para as desenvolvedoras e não tinha muitas censuras, ao contrário dos rivais. Era o videogame que mais pingava sangue! Vem conosco e confira a lista:

Splatterhouse 3

Sem dúvida o jogo mais sangrento e violento da geração 16 Bits. Surgiu pela primeira vez nos arcades em 1988 desenvolvido pela Namco, apresentando uma série de referências de filmes de terror como “Sexta-Feira 13”, “The Evil Dead” entre outros.

Naquela época games com tanta violência explícita e sangue jorrando na tela não eram tão comuns como hoje. Foi uma aposta ousada e arriscada da Namco, que acabou agradando a galera. O protagonista era um cara com roupa toda rasgada, usando uma máscara de hockey e armas como  facões e machados – estilo esse imediatamente associado ao Jason Voorhees da franquia “Sexta-Feira 13”.

Mas foi só em 1992 que o Mega Drive recebeu exclusivamente “Splatterhouse 2”, que continua a história de Rick, o jovem que foi escolhido por uma máscara sobrenatural para enfrentar hordas de demônios e zumbis – para tal, a máscara aumenta a sua força e lhe dá novos poderes.

No entanto, foi em 1993, novamente como um exclusivo do Mega Drive (e último jogo da série clássica, até receber um remake em 2010), que a franquia ganhava o seu melhor e mais aterrorizante capítulo. “Splatterhouse 3” apresenta incríveis gráficos, uma maior quantidade de sangue/violência e uma história mais detalhada e ampliada do universo criado nos títulos anteriores, além da possibilidade de quatro finais diferentes e uma jogabilidade de pancadaria não linear.

Um dos melhores jogos do Mega Drive, obrigatório para os fãs do console e do gênero de terror – arregaçar monstros e outras criaturas nojentas nunca foi tão divertido!

Decap Attack

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Lançado em 1991, “Decap Attack” é um jogo do estilo plataforma que na verdade é uma versão totalmente reformulada do título japonês “Magic Hat”, baseado no anime homônimo famoso no final dos anos 80 no Japão.

Como a animação não era muito conhecida fora da Terra do Sol Nascente, a Sega resolveu mudar completamente o game, e assim nasceu “Decap Attack”, que trocou o universo fofo de fantasia com estilo árabe de “Magical Hat” por uma carismática temática de terror para adolescentes.

O bizarro protagonista é Chuck D. Head, uma múmia sem cabeça (mas com olhos na barriga) criada pelo cientista Dr. Frank N. Stein e seu assistente Igor, com a missão de derrotar Max D. Cap, um vilão que surge do “submundo subterrâneo” separando o continente onde vivem  (que tem forma de esqueleto) em ilhas, para espalhar seu exército de monstros e conquistar o mundo.

As fase têm um design bem amplo com uma boa dose de exploração, com várias plataformas, cenários sombrios e vários tipos de inimigos, compostos por monstros e bichos bizarros. Uma boa opção para se jogar no Dia das Bruxas.

Por fim, uma última curiosidade: embora não haja ligações de história ou personagens, “Decap Attack” é considerado uma “sequência espiritual” de Kid Kool (NES) e Psycho Fox (Master System) pelos controles e design das fases.

Ghouls’n Ghosts

Clássico da Capcom lançado nos arcades em 1988, “Ghouls ‘n Ghosts” ganhou notoriedade principalmente pela sua dificuldade insana. Em 1989 a Sega lançou uma versão para o Mega Drive (e também para Master System) que agradou em cheio aos fãs.

O jogador é apresentado ao cavaleiro Arthur (que não tem nenhuma ligação com o famoso Rei Arthur da mitologia), um cara baixinho, gordinho, barbudo e que usa ceroulas. Sua missão é enfrentar um vasto exército de monstros, fantasmas e demônios para salvar a princesa Prin-Prin, aprisionada no castelo do próprio capiroto, Lúcifer, e as almas de pessoas roubadas por ele.

O game é uma versão fiel ao arcade que chega a impressionar. Está tudo lá, salvo algumas poucas diferenças, todas as fases, inimigos, armadilhas, dificuldade, era como ter o arcade dentro de casa, o que era bem legal e garantiu para a Sega um belo marketing para o seu 16 Bits.

O jogo estampou várias revistas e foi aclamado com um dos melhores títulos caseiros da sua época, isso que o Megão ainda estava no início da sua carreira e engatinhava graficamente, estando longe do nível gráfico que poderia chegar, como veríamos futuramente.

“Ghouls ‘n Ghosts” é indicado para jogadores que prezam por um desafio hardcore.

Castlevania Bloodlines

Em 1994 os fãs do Mega Drive finalmente contavam com um jogo inédito e exclusivo da série Castlevania em seu console, trazendo algumas novidades interessantes, como dois protagonistas selecionáveis e um maior nível de violência e sangue na tela.

Na época a série já contava com mais de 10 títulos lançados, sendo que “Castlevania Bloodlines” trouxe vários elementos já consagrados das aventuras dos caçadores de vampiros.

A narrativa é ambientada no ano de 1917, quando a Condessa Elizabeth Bartley, sobrinha do Drácula, é ressuscitada. Sua missão é trazer novamente a esse mundo o Príncipe das Trevas, mas em seu caminho estão dois destemidos heróis: John Morris, descendente dos Belmont e o atual possuidor do lendário chicote “Vampire Killer”; e seu amigo de infância Eric Lecard, que usa como arma a “Lança de Alucard”.

Os inimigos, parte importante de um game Castlevania, também estão muito bem representados, com as já clássicas caveiras/esqueletos, zumbis, cabeças de medusa, gárgulas e outras criaturas medonhas, com destaque para os sub-chefes e chefões que oferecem um alto grau de desafio aos jogadores.

“Castlevania: Bloodlines” é com certeza um jogo digno da clássica franquia e um dos melhores do Mega Drive – você pode ler mais detalhes/curiosidades sobre ele em nossa matéria especial.

Chakan: The Forever Man

“Chakan: The Forever Man” é um jogo baseado no personagem de quadrinhos homônimo, criado por Robert Kraus e lançado no Mega Drive em 1992.

Infelizmente, o game não obteve um grande sucesso comercial, mas chamou a atenção pela sua atmosfera bastante macabra e sombria, coisa que não era muito comum na época de cenários fofos do Alex Kidd ou florzinhas coloridas do Sonic, e pela sua absurda dificuldade pior do que o cão chupando manga.

A introdução nos apresenta o destemido Chakan, um poderoso guerreiro com poderes alquimistas místicos. Não havia adversários para ele, até que um dia tomado pela confiança de suas habilidades e poder, bravejou que a própria Morte cairia sob as suas espadas. Para azar dele, a própria apareceu e aceitou o desafio, fazendo uma aposta: se ele vencesse, ganharia a vida eterna, mas se ela fosse a vencedora, a alma de Chakan seria dela para fazer o que bem quisesse. O duelo levou dias, mas Chakan saiu vitorioso, e assim a Morte deu-lhe seu prêmio: a imortalidade.

Mas com a Ceifadora não se brinca, e pela sua arrogância, a Morte lançou uma maldição em Chakan: sua aparência teria agora forma cadavérica e ao cair de toda a noite, sua alma seria atormentada por espíritos malignos de todas as suas vítimas. Agora a vida eterna não parecia tão atraente para Chakan. Mas a Morte ofereceu uma alternativa: se ele matasse todo o mal sobrenatural dos planos elementais, ela concederia o descanso eterno ao guerreiro. E assim, por mais de mil anos, Chakan tem caçado espíritos malignos, quando agora resta somente quatro dos planos elementais Terra, Fogo, Água e Vento.

Além dos cenários sombrios, o destaque do jogo fica para o design artístico dos inimigos, compostos por criaturas e monstrengos horripilantes que farão qualquer coisa para impedir o seu avanço.

“Chakan” teve ainda uma versão bem bacana para o Game Gear, igualmente difícil, e chegou perto de ter uma sequência no Dreamcast, que acabou sendo cancelada, mas reza a lenda que muito do material feito para ele foi utilizado posteriormente em “Blood Omen 2: Legacy of Kain”.

Alien 3

O filme “Alien 3” de 1992 rendeu jogo para vários sistemas, entre eles o Game Gear, Master System e Mega Drive. No 16 Bits da Sega o título se apresenta como um interessante game de plataforma cheio de ação, que coloca o jogador na pele de Ellen Ripley, a heroína que deve correr contra o tempo para salvar pessoas e enfrentar hordas das famosas criaturas de sangue ácido.

Esse é mais um jogo de dificuldade bem elevada, já que seus longos cenários e jogabilidade não linear são compostos por complexos labirintos, repletos de caminhos alternativos e monstrengos por toda parte – o que não seria um problema tão grave se não fosse pela contagem de tempo regressiva para concluir cada cenário.

Para combater os bichinhos, Ripley conta com um bom arsenal, o mesmo que aparece nos filmes, como rifles, granadas, lança-granadas e é claro, o lança-chamas. Além de se movimentar por largos corredores e plataformas, ela também tem de se esgueirar dentro de dutos e subir e descer incontáveis escadas.

E você achando que a vida de heroína era fácil…

The Immortal

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Desenvolvido pela Eletronic Arts, “The Immortal” foi lançado em 1990 para vários sistemas, mas foi no Mega Drive onde se tornou mais popular e lembrado como um dos maiores games de terror da época. A capa do jogo e a tela de apresentação (imagem acima) já eram bem assustadoras, com uma imagem da Morte de borrar as calças – e espere morrer muitas vezes neste título!

O visual e a jogabilidade do game seguem o estilo isométrico RPG. O jogador controla um mago que deve explorar um perigoso labirinto cheio de criaturas sinistras e armadilhas, com a missão de encontrar o seu mentor que está desaparecido.

O título chamou a atenção pelos altos níveis de violência e sangue na tela, onde era possível esmagar a cabeça de inimigos ou cortá-los ao meio – isso antes da chegada de Mortal Kombat no mercado.

Com um estilo bem diferente para a época, o jogo é cheio de amuletos, magias, truques e segredos. A cada fase vencida, o jogador vai descobrindo mais detalhes sobre a misteriosa história e encontrando novos aliados, itens e perigos em sua jornada – tudo isso com uma música tenebrosa tocando ao fundo.

Mais um jogo de dificuldade elevadíssima recomendado para jogadores hardcore.

Devil’s Crash

“Devil’s Crash” (também conhecido como Dragon’s Fury) é um simulador dos jurássicos pinball com uma proposta bem interessante: apresentar mesas com estilo monstruoso, recheadas de demônios, esqueletos, zumbis e outros inimigos que passeiam pela tela, enquanto o jogador tenta acertá-los para acumular pontos ao mesmo tempo que evita a bolinha de cair no buraco.

Além de temática diferenciada, o jogo também apresenta desafios interessantes, diversos bônus escondidos e criativas batalhas contra chefões.Os gráficos e visuais são bem bonitos, sombrios e cheios de animações.

Outro ponto de destaque é a trilha sonora, composta por temas musicais empolgantes e fantásticos que embalam a jogatina, que são complementados pelos ótimos efeitos sonoros dos grunhidos dos monstros e outros sons – vale apontar que o jogo foi feito pela Technosoft, a mesma da série “Thunder Force” que sempre contou com belas trilhas sonoras.

Sem dúvida “Devil’s Crash” é até hoje um excelente simulador de pinball, perfeito para ser jogado com os amigos para ver quem faz mais pontos.

Haunting Starring Polterguy

“Haunting Starring Polterguy” foi desenvolvido pela Eletronic Arts e lançado em 1993 para o Mega Drive, trazendo uma proposta bem diferente e original para os jogadores da época: assustar uma família.

Aqui o jogador controla Polterguy, um punk adolescente que morreu em um acidente por causa de um skate defeituoso da empresa de Vito Sardini. Agora ele está de volta como um fantasma e para se vingar resolver azucrinar a família Sardini que acaba de se mudar para uma nova casa.

Para assustá-los basta “entrar” nos diversos móveis e objetos espalhados nos cômodos da casa, para que efeitos paranormais e bizarrices aconteçam e assim assustem os quatro membros da família, que é composta pelos pais e dois filhos adolescentes.

A lista de objetos que podem ser assombrados é bem variada, passando por quadros, tapetes, camas, aquários, etc, cada qual com o seu efeito assustador, sendo que uns assustam mais do que outros.

Só cuidado com o cachorro da família que sente a sua presença e seus latidos afetam seu nível de energia.

Zombies Ate My Neighbors

Desenvolvido pela saudosa LucasArts, “Zombies Ate My Neighbors” é um jogo de ação com visão aérea lançado em 1993 no Mega Drive, que traz homenagens a vários filmes de terror trash desde a década de 50 até os anos 80/90.

A aventura é protagonizada pelos adolescentes Zeke e Julie e pode ser aproveitada por até 2 jogadores simultâneos na tela. O objetivo do game é salvar os seus vizinhos que estão sendo ameaçados pelos mais variados tipos de zumbis e monstros. Para enfrentar os mortos-vivos seu personagem conta com um arsenal variado e power-ups que são utilizados durante as partidas.

Apesar do tema sombrio, o game conta com um estilo e visuais bastante caricatos, com uma pegada mais cômica do que assustadora.

São mais de 50 níveis diferentes e cada um possui seu próprio design, com cenários variando entre campos de futebol, pântanos, fábricas e cavernas com armadilhas e ossadas pelo chão.

Um jogo divertidíssimo e imperdível para o seu Dia das Bruxas!