A franquia Dragon Ball é uma das mais idolatradas em todo o mundo, especialmente aqui no Brasil, onde Goku e cia possuem uma enorme legião de fãs. E nesta sexta-feira (26) chega para PC, PS4 e Xbox One o mais recente game inspirado nesta amada série, “Dragon Ball FighterZ”, mas em 1994 eram os fãs de Mega Drive que recebiam o game “Dragon Ball Z: Buyuu Retsuden“, o primeiro e único oficial da franquia lançado no 16 Bits da Sega.

O jogo inicialmente foi lançado apenas no Japão pela Bandai (ainda sem a fusão com a Namco) e por lá quase ficou restrito se não fosse por dois fatores: 1) o Mega Drive era bastante popular na Europa e 2) o anime Dragon Ball também fazia enorme sucesso na região.

Assim o jogo chegou oficialmente na França e Espanha no mesmo ano e em 1996 foi distribuído para os nossos vizinhos em Portugal, lançamento esse que possui uma história interessante.

Goku virando Super Sayajin e um dos capangas de Freeza com suas poses bizarras, como no anime

A Ecofilmes, que era a distribuidora da Sega em Portugal, lançou inicialmente o jogo em sua versão japonesa, porém com capa e manual em português e um adaptador Mega Key grátis para que o cartucho entrasse no console português.

Tempos depois eles lançaram uma segunda edição, ainda com o cartucho japonês e o adaptador, mas com o desenho da capa alterado para a imagem de um VHS de Dragon Ball, que também era distribuído em Portugal pela mesma empresa.

Por fim lançaram uma terceira edição, desta vez utilizando a versão francesa e assim não precisando mais do adaptador. Todas essas três edições são bem raras e itens de colecionador.

a curiosa versão lançada em Portugal, com o cart japonês e capa do VHS na caixa

Mas voltando ao jogo em si, ele é baseado no “Super Butoden” do SNES, que já contava com dois títulos na época (um terceiro ainda foi lançado no console). Como o jogo foi feito exclusivamente para o Megão, ele até que utiliza bem as capacidades do aparelho – porém a Bandai poderia ter caprichado um pouco mais, levando em conta que outros títulos do gênero como “Street Fighter II: Special Champion Edition” e “Eternal Champions” foram lançados antes com uma qualidade audiovisual melhor.

No entanto, este jogo possui características singulares que o difere de outros jogos de luta e o torna uma experiência única. Por exemplo, as arenas de batalha são enormes e possuem dois planos distintos, tanto no chão como no ar. Há inclusive uma espécie de radar para que os jogadores possam localizar seus lutadores dentro do cenário.

o Príncipe dos Sayajins bloqueia facilmente um Kamehameha de Goku

Ao jogar o modo história, o percurso é diferente para cada personagem, inclusive a luta final, numa tentativa de adaptar arcos das Sagas Freeza e Cell do anime para o game. São no total 11 personagens, sendo do lado dos “bonzinhos”: Goku, Gohan (criança), Kuririn, Piccolo, Vegeta e Trunks (adulto); e do lado dos “malvados” Capitão Ginyu, Rikum, Freeza (4ª Forma), Androide-18 e Cell (Super Forma Perfeita).

A jogabilidade é muito boa e fluída (inclusive é mais veloz do que as versões de SNES – dá-lhe Blast Processing!) e o controles são bem simples. As lutas também diferem um pouco do tradicional, sendo que aqui não há rounds e sim uma longa barra de vida para cada lutador, quem morrer, perdeu, simples assim.

o vilão Cell em sua forma perfeita lança um ataque especial

Cada personagem tem uma série de diferentes combinações para combos e ataques de energia “ki”, que possui a sua própria barra na tela (para enchê-la basta segurar A e B ao mesmo tempo). Alguns ataques especiais, como o Kamehameha precisam de muita energia e que ambos os lutadores estejam distantes entre si. O interessante é que esses ataques mais poderosos podem ser defendidos ou mesmo mandados de volta para o oponente – e para isso é necessário ter uma quantidade de energia ki, deixando as lutas mais estratégicas.

Caso sua barra “ki” esteja muito pequena e você tente um golpe especial ou defesas mais arrojada, o lutador ficará temporariamente tonto e assim vulnerável ao ataque do inimigo.

Piccolo manda um poderoso ataque do ar contra o seu oponente

Todos os personagens estão bem caracterizados, seja no visual ou em seus movimentos típicos do anime – só faltou mesmo cenários de fundo mais caprichados. A trilha sonora é bem bacana com temas agradáveis de se ouvir e os efeitos sonoros e vozes complementam o pacote, oferecendo uma boa experiência especialmente para os fãs da franquia.

Dragon Ball Z: Buyuu Retsuden” é um jogo que vai agradar em cheio os apreciadores das incríveis aventuras de Goku e seus companheiros que foram muito bem transportadas para a tela do Mega Drive. Ele não chega a levar o console aos seus limites e mesmo como um fighting game possui algumas limitações, porém apresenta elementos distintos que o tornam uma experiência bem divertida! Não vai perder a chance de lançar um Kamehameha no seu Megão, não é?! Abaixo fiquem com a bela arte da versão original japonesa.