Fatal Labyrinth foi um jogo desenvolvido pelos membros do que viria a ser a Sonic Team para o modem Sega Meganet no Japão em 1990. O diretor foi Hirokazu Yasuhara e o designer é Naoto Ohshima, sendo que ambos assumiram os mesmos cargos no primeiro jogo do azulão.

Pioneiro no segmento de “jogos para download”, a equipe teve que desenvolver um RPG relativamente complexo para os padrões da época em um cartucho de apenas 1 megabit, sendo um dos raros jogos do Mega a ser tão pequeno.

Como na época a internet estava dando seus “primeiros passos”, era necessário que o jogo tivesse um tamanho acessível para que os japoneses conseguissem baixá-lo sem problemas com a conexão, justificando o fato dele ser tão simplório. Já aqui no ocidente, como o serviço não chegou até nós, ele veio em formato de cartucho mesmo.

PIONEIRISMO QUE VALE A CONFERIDA

Você é o herói Trykaar, que deve entrar no castelo amaldiçoado de Dragonia para chegar até o dragão que roubou o Cálice Sagrado. Sem este último, o mundo entrará em um período eterno de trevas.

Considerando o fato do cartucho ter apenas 1 megabit e contextualizá-lo, podemos “perdoar” o fato dele ser tão simplório, mesmo que para os padrões de hoje esteja bem datado. Basicamente ele usa um sistema chamado “roguelike”, onde cada um dos 30 andares do castelo é definido aleatoriamente, assim como os itens e os inimigos. A exceção fica por conta da batalha final, como é de se esperar.

Para lutar contra cada um dos monstros é necessário correr para cima dele. Apertando o botão “A” você pega um item, e o “C” abre o menu com itens onde você pode equipar armadura e usar magias. Querendo incorporar uma mecânica inédita, os desenvolvedores colocaram o sistema de comida e fome. Ou seja, você não pode deixar seu personagem com muita fome, e nem fazer ele comer demais, necessitando de um pensamento estratégico para ir prosseguindo no game e se alimentar com as carnes que aparecem.

A jogabilidade é bastante sólida, com o jogo sendo bem polido e uma aventura relativamente longa, necessitando de umas três horas para fechá-lo, o que pode ser atraente aos fãs de RPGs clássicos. De quebra, há muitas passagens secretas, o que aumenta também os fatores de exploração.

SIMPLES E DATADO DEMAIS!

O maior problema de Fatal Labyrinth é que ele é, justamente, simples demais. Os gráficos são muito básicos, tanto nos cenários quanto na animação dos personagens.

O mesmo vale para a música, que possui pouca variação e fica bem repetitiva ao longo do tempo. A história também não possui reviravoltas e nem nada demais, sendo apenas um pretexto para iniciar a aventura e invadir a torre.

Além disso, não é possível salvar o progresso e também não há um sistema de passwords, o que significa que você precisa zerá-lo em uma única partida, algo bem atípico em se tratando de RPGs. Por fim, tudo é muito repetitivo: os cenários, as músicas, os inimigos também, o que levará o jogador que quiser finalizá-lo a ter um bom estoque de paciência.

Mesmo entendendo o seu conceito, é inquestionável que Fatal Labyrinth é indicado mais pelo seu valor histórico, sendo ideal para aqueles que querem conhecer um game que foi pioneiro entre jogos para download. Não chega ao status de clássico e o Mega Drive tem jogos muito melhores, mas pra quem curte um RPG antigo, pode acabar se divertindo com ele.

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