Reprogrammed Game SEGA.

Alguns de vocês já devem ter percebido esta singela frase em alguns títulos que foram lançados para o Mega Drive ao longo dos anos e talvez se perguntaram o que significava isso e, sim, a tradução é completamente literal. Aquele jogo foi reprogramado pela SEGA para que o mesmo pudesse ser jogado no seu console de 16-Bit, mas porque isto aconteceu?

Um Pouco de História

Desde a criação do NES e da sua competição com o Master System, a Nintendo criou os “Contratos de Exclusividade”, que tinha como regra principal às empresas que queriam criar títulos para o Nintendinho, fazê-los de forma exclusiva para o sistema.

Assim, se uma softhouse quisesse criar jogos para o Master System, a mesma não poderia criar jogos para o NES – ou lançar jogos criados para ele em outros consoles. Desta forma a Nintendo pode controlar o mercado de criação de jogos por muitos anos, já que o seu 8 Bits era o queridinho dos lares em todo o planeta e nenhuma desenvolvedora queria perder sua fatia do bolo.

Por conta disto, a Sega precisou entrar em contato com várias empresas e comprar os direitos de publicação destes títulos. Só que ter o direito de publicação não adiantava de nada sem ter o jogo de fato, assim a companhia japonesa se especializou na reprogramação destes jogos para o Master System e posteriormente para o Mega Drive, pois a Nintendo ainda exercia enorme poder de controle no desenvolvimento dos jogos.

Era uma boa maneira de se burlar essa barreira e que permita aos fãs da Sega oportunidades de jogarem games que não podiam ser entregues pelas desenvolvedoras originais.

Mas tudo mudou no início dos anos de 1990. O Mega Drive se mostrava ser uma enorme força competitiva em território americano, e por conta de acusações de monopólio de mercado que vinham se acumulando ao longo do tempo contra a Nintendo, o FTC (Federal Trade Comission, algo próximo ao CVM, Comissão de Valores Mobiliários no Brasil) acabou com as barreiras que a Big N impunha para várias empresas, e assim as mesmas tiveram oportunidades para criar seus jogos em outros sistemas.

A Sega Reprogramando

No entanto, reprogramar um jogo nem sempre era um trabalho fácil como pode parecer. Um dos grandes problemas era que a empresa que programou o título original, muitas vezes para arcades, o fizera em um hardware que utilizava um assembly (linguagem de programação) um pouco diferente daquele que era encontrado tanto no Master System quanto no Mega Drive.

Era necessário ter o código-fonte original do título, verificar o mesmo linha por linha e só então começar o trabalho de reprogramação (atualmente chamado de port) para os dois consoles da Sega. Havia um estúdio especializado dentro da empresa que possibilitava os ports necessários – e que tiveram resultados diversos. Alguns saíram tal qual como haviam sido feito nos arcades, enquanto alguns – segundo dizem alguns jogadores – tiveram um jogo superior à sua versão original e outros bem abaixo do esperado – ainda assim um feito único para a empresa mãe do Sonic.

As ferramentas disponíveis à época tornavam a reprogramação ainda mais difícil, pois trabalhar com código de outros é algo bem complicado – aqueles que são programadores sabem muito bem disso, mas a Sega conseguiu vencer estes pequenos problemas e nos trouxe, por exemplo, grandes clássicos da Capcom para o Mega Drive, como Mercs, Forgotten Worlds, Strider e o clássico Final Fight CD para o Sega CD, considerado o port mais fiel dos arcades.

O clássico “Street Fighter II Special Champion Edition”, lançado em 1993, foi o primeiro título produzido pela Capcom para um sistema Sega, um relacionamento que continuou no Saturn e Dreamcast – e até  mesmo nos arcades, com a Capcom usando placas da Sega para crianção de jogo. O controle de seis botões foi criado justamente para se jogar este título da melhor maneira possível.

E aí, qual é o jogo Reprogrammed Game SEGA que você mais gosta? Comente para a gente aí nos comentários!